26/11/2008 - 8:00
HÁ UMA CRÍTICA RECORrente aos títulos de capitalização: o baixo rendimento oferecido. As empresas do setor dizem que essa modalidade de poupança não deve ser vista apenas como um investimento, mas também algo lúdico, já que dá ao cliente oportunidades de ganhar prêmios sorteados periodicamente. Agora, a Brasilcap, líder com 24% do mercado no País, lança um produto com o objetivo de estancar essa fonte de críticas. O Ourocap Flex é título de capitalização que permite ao cliente colocar 20% do aporte em um fundo de ações gerido pela BB DTVM, a corretora do Banco do Brasil. Trata- se de um título com vigência de 93 meses. O valor, de R$ 4,8 mil, pode ser pago em 48 prestações. Como nos demais planos de capitalização, o investidor recupera o aporte em sua totalidade, acrescido de TR, apenas no final da vigência do título. Caso resolva resgatá-lo antes (o que só é possível a partir do 12º mês), ele levará apenas 65% do valor investido, percentual de acordo com o tempo em que o cliente mantenha o dinheiro na aplicação. Mas, como uma parte está vinculada à renda variável, ele pode em alguns meses garantir um valor maior do que o original, caso as ações que compõem o fundo subam consideravelmente. “Com esse produto, vamos transformar o título de capitalização em um produto de demanda do cliente, em vez de um produto de oferta, como é hoje”, afirma Marcio Lobão, presidente da Brasilcap. “Logo, toda a concorrência nos copiará.”
Com o Ourocap Flex, Lobão também espera atrair um consumidor mais sofisticado para esse mercado. Por isso, o público-alvo são clientes do Estilo, a bandeira do Banco do Brasil para clientes endinheirados. Nos cálculos da Brasilcap, existe aí uma clientela potencial de 800 mil pessoas. Há, porém, outra brecha de oportunidades, segundo Lobão. “Com R$ 100 mensais, muitas pessoas de baixa renda poderão investir no mercado de capitais. Um valor desses não permitiria outra forma de acesso às bolsas de valores”, diz ele. O fundo de ações se concentrará em papéis de empresas de primeira linha, que necessariamente paguem dividendos. “Este é o momento de lançar essa modalidade de produto. As ações estão baratas e a valorização no período de validade do título pode ser excepcional”, diz Lobão.