O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou fazer comentários  sobre a 22ª fase da Operação Lava Jato – denominada Triplo X -,  deflagrada nesta quarta-feira, 27, pela Polícia Federal. Cerca de 80  policiais federais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, 6  mandados de prisão temporária e 2 mandados de condução coercitiva nas  cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Joaçaba  (Santa Catarina).

“A PF executa mandados hoje e não sei se  já houve levantamento de sigilo sobre operação, portanto, não farei  comentários sobre operação em execução hoje. O que posso dizer é que a  Polícia Federal está cumprindo o que foi determinado pelo Judiciário”,  limitou-se a dizer.

Segundo a PF, este desdobramento da  Lava Jato apura “a existência de estrutura destinada a proporcionar a  investigados na operação policial a abertura de empresas off-shores e  contas no exterior para ocultar ou dissimular o produto dos crimes de  corrupção, notadamente recursos oriundos de delitos praticados no âmbito  da Petrobras”.

Tumor

Questionado sobre  o aumento da percepção da população sobre a corrupção no País, Cardozo  comparou a questão a um tumor. “Muitas vezes um tumor existe, mas pela  sua evolução indolor a pessoa acha que está saudável. Porém, quando um  médico descobre o tumor, às vezes a pessoa duvida do diagnóstico ou  briga com o médico. Mas foi o médico que relevou que a pessoa estava  doente”, disse o ministro.

Segundo ele, o Brasil tem tido  governos que têm colocado “a nu” a corrupção e criado mecanismos para  combatê-la. “Os governos Lula e Dilma não agiram para esconder o tumor,  mas para expô-lo. Esse é um ônus que todos correm quando a corrupção é  descoberta. Ou seja, aumenta-se a percepção da corrupção quando ela é  combatida. Quando as pessoas acobertam a corrupção, a percepção é de que  ela não existe. A corrupção é percebida porque o governo não se  acumplicia com a corrupção”, completou.