O executivo-chefe da Nissan Motor, Carlos Ghosn, é o executivo mais bem pago no Japão, segundo a agência de notícias britânica BBC. Nesta semana, a montadora informou que Ghosn recebeu, no ano passado, um salário total de 995 milhões de ienes, aproximadamente R$ 22 milhões de reais. O montante é 0,7% maior que o recebido por ele em 2012.

A cifra não considera os dividendos que Ghosn recebe das ações que possui da Nissan. Também não contabiliza o que o franco-brasileiro ganha como presidente do grupo francês Renault.

A Nissan apresentou apenas o terceiro maior lucro entre as montadoras do país, no ano passado. À sua frente, ficaram a Toyota e a Honda. Apesar disso, os salários dos principais executivos dessas montadoras ficaram bem atrás do de Ghosn, segundo a BBC. O presidente da Toyota, Akio Toyoda, recebeu cerca de R$ 4 milhões em 2012 (últimos dados disponíveis). Já Takanobu Itoe, da Honda, ganhou R$ 3,1 milhões no mesmo ano. Segundo a BBC, os salários de 2013 desses executivos devem ser divulgados nas próximas semanas.

Em uma reunião com acionistas, nesta semana, Ghosn considerou seu salário “apropriado para os padrões internacionais”. Apesar de representar uma pequena fortuna no Japão, a cifra está longe do que outras grandes montadoras globais desembolsaram. No ano passado, Alan Mulally, executivo-chefe da americana Ford, recebeu cerca de R$ 51 milhões. A alemã Volkswagen pagou aproximadamente R$ 44 milhões para seu CEO, Martin Winterkorn.

Trajetória

Ghosn é filho de libaneses e nasceu em Rondônia, mas viveu pouco tempo no Brasil. Sua formação ocorreu na França, onde graduou-se na Escola Politécnica e pela Escola de Minas de Paris. O executivo entrou na Renault em 1996, como vice-presidente. Três anos depois, tornou-se diretor geral da Nissan. Em 2000, assumiu a presidência da montadora japonesa. Cinco anos depois, passou a acumular a presidência do grupo Renault.

Ghosn construiu sua reputação, no setor automotivo, ao resgatar a Nissan praticamente da falência. Rompendo com tradições caras à cultura empresarial japonesa, como a de promoções por tempo de casa e a de evitar a qualquer custo demissões, o executivo cortou mais de 20 mil vagas, fechou fábricas e trouxe a Nissan ao lucro em apenas um ano.