09/03/2023 - 8:31
Foi uma primeira mas contundente vitória do ex-deputado federal Carlos Melles sobre o grupo de opositores que tentava destituí-lo do cargo de diretor-presidente do Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Carlos Melles está no comando da entidade desde 2019 e havia sido reeleito no final de novembro do ano passado para mais um mandato. Como seu nome e não agrada alas ligadas ao PT, foi iniciado um movimento na tentativa de afastá-lo da direção – e que teve o efeito contrário.
Depois de solicitar uma assembleia extraordinária, realizada na quarta-feira (8), em que os 15 integrantes do Conselho Deliberativo Nacional poderiam alterar o quadro diretivo do Sebrae, a ala petista não conseguiu reunir os votos necessários para destituir Melles e outros nomes ligados à sua gestão. Com isso, o atual diretor-presidente ficará na presidência até 2026. Ao menos em tese, pois fontes ligadas à direção afirmam que agora será preciso muito diálogo com os opositores para manter a harmonia na entidade.
O mineiro Carlos Melles foi deputado federal por seis mandatos (de 1995 a 2019) e durante esse período foi também ministro do Esporte e Turismo no governo Fernando Henrique Cardoso (2000 a 2002) e secretário de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais, a partir de em 2011. O Sebrae é uma entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro pequenas empresas, cujo faturamento bruto anual é de até R$ 4,8 milhões.
Apesar de não ser um órgão do governo, ele é estratégico para colocar em prática as políticas desenhadas pelo executivo federal no fomento ao empreendedorismo, o que inclui geração de oportunidades de emprego e renda. Daí o interesse de parte do PT em colocar na presidência do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas alguém mais alinha ao partido. Por ter sido eleito e reeleito para o cargo durante o mandato de Jair Bolsonaro, Melles não agrada alas do atual governo. A decisão do conselho de mantê-lo no cargo foi entendida como “uma vitória do bom senso” por integrantes da diretoria do Sebrae.