25/04/2012 - 21:00
Polêmica
A companhia aérea americana Spirit aproveitou o escândalo sexual do Exército dos Estados Unidos para oferecer voos para Cartagena, na Colômbia. No início do mês, enquanto Obama participava da Cúpula das Américas naquela cidade, 11 agentes secretos e dez militares americanos, que acompanhavam o presidente, foram acusados de envolvimento com prostitutas. O alvoroço eclipsou a passagem de Obama pelo país, mas não intimidou a Spirit, que já fizera no passado anúncios com referências a escândalos, como a separação do ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenneger.
Negócios
Sua Alteza em baixa
Presidente de honra do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o rei Juan Carlos I, da Espanha, virou alvo da execração pública ao fraturar o quadril, em Botsuana, onde participava de safári para a caça de elefantes. O acidente alimentou as críticas dos que consideram a realeza, que custa por ano € 8,4 milhões ao Tesouro espanhol, um anacronismo, sobretudo num período de crise econômica.
Clubes
Brasil no topo
A revista americana Harvard Business Review elaborou um ranking dos 50 CEOs com melhor desempenho da América Latina. No período analisado (1995-2009), os brasileiros foram os que mais se destacaram, com 26 executivos, seguidos dos mexicanos. Veja os 25 primeiros executivos da lista:
Premiação
A maldição do Homem do Ano
Multado em € 350 mil pelo Consob, órgão italiano de regulação do mercado de capitais, pelo suposto uso de informações privilegiadas, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, parece ser mais uma vítima da “Person of the Year”, a premiação da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos a empresários dos dois países. Antecessores de Esteves, como Jorge Atalla, da Copersucar, Ângelo Calmon de Sá, do Banco Econômico, e Roger Agnelli, da Vale, tiveram problemas em seus negócios depois de serem escolhidos o Homem do Ano. Nesta edição, a maldição veio em dose dupla: o premiado pelo lado americano é o executivo brasileiro Alberto Weisser, CEO do grupo Bunge, cujo registro de operações foi suspenso pelo governo da Argentina.
Parceria inédita
Negócios em expansão
A americana Mattel, dona da boneca Barbie, vai produzir quebra-cabeças, antes importados de outros países, na fábrica da Grow, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A parceria entre as duas empresas revela o interesse da Mattel, que faturou globalmente US$ 6,3 bilhões, na economia brasileira. Ela pretende fechar outras parcerias com grandes companhias do setor, como a Copag, que expandirá a produção de jogos de cartas.
Números
R$ 1 bilhão - Será o investimento do BNDES em empresas de médio porte que se preparam para a Copa do Mundo, em 2014.
R$ 774,7 milhões - É a receita líquida consolidada da Localiza, empresa de aluguel de carros, de janeiro a março deste ano. A quantia representa um aumento de 13,7% em comparação com o primeiro trimestre de 2011.
US$ 9 bilhões - É quanto a gigante suíça de alimentos Nestlé está oferecendo pela divisão de nutrição infantil do laboratório americano Pfizer.
US$ 439 milhões - Foi o valor que a fundição catarinense Tupy pagou pela aquisição das mexicanas Cifunsa Diesel e Technocast, antes controladas pelo Grupo Industrial Santillo.
US$ 1,2 bilhão - É o que totalizaram as exportações brasileiras de carne bovina, nos três primeiros meses do ano, o que representa um aumento de 13,9%.
R$ 2 bilhões - É a quantia que será investida na construção ou expansão de aeroportos regionais pelo governo federal. As obras serão bancadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac).
Internet
Curtas
A Coca-Cola teve um crescimento de 4% no volume das vendas do primeiro trimestre, no Brasil, em relação ao mesmo período de 2011. A empresa não informou o faturamento por país, mas na América Latina sabe-se que alcançou US$ 1,1 bilhão.
A americana Sierra Nevada, parceira da Embraer, entrou com um recurso numa corte federal contra a Força Aérea dos Estados Unidos, que cancelou contrato de US$ 355 milhões vencido pela brasileira.
A Vale sofre pressão sindical com mobilização no Rio de Janeiro e no Canadá para “denunciar abusos de direitos trabalhistas” em sua subsidiária canadense, a Inco, que teriam resultado em quatro mortes de funcionários em minas subterrâneas.
Varejo
Foco nos emergentes
Os negócios de Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, o sócio francês e futuro controlador do Grupo Pão de Açúcar, vão muito bem, obrigado. Tudo isso por causa da Ásia e da América Latina, à frente o Brasil. As duas regiões foram determinantes para a boa performance nas vendas da empresa, no primeiro trimestre deste ano, que chegaram a € 8,7 bilhões, uma alta de 11,3%. Para comparar: enquanto na França o aumento foi de 2%, as vendas no País cresceram 9,6%, em comparação com o mesmo período em 2011. Até o fim deste ano, os mercados emergentes devem representar mais do que a metade do faturamento da empresa.
Entrevista
“Temos condições para nos tornar potência”
O Brasil está ganhando musculatura em diversos setores industriais, mas precisa ampliar os investimentos em educação e P&D para dar um salto de qualidade. “Com o ‘hedge’ do pré-sal, temos todas as condições de conseguir isso”, diz Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, da Universidade de Colúmbia, que estuda o desenvolvimento dos países emergentes.
Há uma choradeira geral sobre desindustrialização. Estamos perdendo indústrias?
Na verdade, o Brasil está se reindustrializando em alguns setores, caso de petróleo e gás, logística, na cadeia agropecuária e na indústria naval.
O País está trabalhando o Brasil Maior como política industrial. Teremos retorno efetivo?
Vai depender do que faremos com a nossa curva de aprendizado. Com 5% de PIB em educação dá para fazer isso? Não. E, para aprender, você precisa de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O Brasil está grudado há 25 anos no teto de 1% de investimento em P&D.
O que precisa mudar no Brasil?
Qualquer setor manufatureiro no Brasil gasta menos tempo falando com sua cadeia de fornecedores e mais com seu contador e advogado para entender o cipoal tributário. Isso não pode continuar. Se investirmos 7,5% em educação, pouparmos 25% do PIB e alocarmos 2,5% para Ciência e Tecnologia, seremos uma potência, que poderá ter uma renda per capita igual à da Espanha (US$ 29 mil), quase três vezes a nossa.
Colaborou: Bruna Borelli