Os carros de golfe costumam ser meros coadjuvantes quando estão no campo verde. Pequenos, acanhados e com motores modestos, servem apenas para a locomoção entre um buraco e outro do percurso (ao todo são 18). Uma empresa americana resolveu reinventá-los. A Sport Car Us desenvolveu uma nova geração de veículos elétricos para desfilar de green em green. Eles continuam pequenos e com um motor fraco, é verdade, mas abandonaram a modéstia. Com um desenho muito parecido aos dos automóveis de passeio, os modelos da marca ganharam destaque nos campos americanos. Rapidamente tornaram-se objetos de desejo. O segredo, além da carroceria, é construir o veículo ao gosto do cliente. É possível, por exemplo, instalar CD, DVD com tela de 15 polegadas e personalizar até o banco do motorista e acompanhante. Os modelos mais pedidos são o LS Sport Truck e o Escalade, lançado este ano. Com uma velocidade de 48 km/h, os pequenos notáveis custam de US$ 14,5 mil a US$ 15,5 mil.

A indústria de pequenos carros elétricos é uma gigante nos Estados Unidos. Há dezenas de fabricantes para atender a demanda de empresas, hotéis, condomínios particulares e, é claro, clubes de golfe. ?Os carros são mais usados nos Estados Unidos porque lá não há carregadores de tacos?, diz Pedro Cominese, ex-presidente da Confederação Brasileira de Golfe. ?Mas a moda começa a pegar no Brasil?. A Club Car, a maior fabricante do mundo de veículos elétricos, com representação no País, confirma o fenômeno. ?O mercado cresce 30% ao ano?, diz Ricardo Caiaffa, gerente de marketing da empresa no Brasil. No ano passado, a companhia vendeu 333 unidades em terras brasileiras. Até o fim de 2005, espera atingir 450 vendas de carros que custam, em média, US$ 9 mil. Nos Estados Unidos, a companhia tira da linha de montagem, todos os dias, 800 veículos, o que resulta em um faturamento de cerca de US$ 1,9 bilhão. O desempenho financeiro é, com certeza, melhor do que um hole in one, a tacada certeira, que leva a bolinha direto ao buraco.