16/07/2025 - 12:24
Em carta conjunta assinada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDS) e o Ministério das Relações Exteriores, o governo federal manifestou publicamente “indignação” com as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil. O documento foi divulgado na manhã desta quarta-feira, 16, porém foi enviado a autoridades estadunidenses na véspera.
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“A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”, diz o texto.
A carta é assinada pelos ministros Geraldo Alckmin, do MDS, e Mauro Vieira, do MRE. Antes de ir a público, o texto foi endereçado em 15 de julho ao Secretário de Comercio dos EUA Howard Lutnick e ao Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer.
Carta cobra resposta à proposta do governo
A carta afirma ainda que o governo brasileiro havia apresentado aos EUA em 16 de maio a minuta confidencial de uma proposta contendo áreas de negociação nas quais seria possível “explorar mais a fundo soluções mutuamente acordadas”. O esboço ainda aguarda resposta.
“O Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira”, diz a carta pública divulgada nesta quarta-feira.
Relações entre Brasil e EUA
Segundo a Câmara Americana de Comércio (Amcham, na sigla em inglês), as relações comerciais entre Brasil e EUA completaram 200 anos em 2024. Na carta, o governo federal relembra este histórico:
“Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas”, segue o texto.
O texto reforça ainda como são infundadas as acusações de uma desvantagem para os Estados Unidos no comércio com o Brasil. Os déficits comerciais acumulados pelo lado brasileiro, tanto em bens quanto em serviços, somam quase US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos, segundo dados do próprio governo estadunidense.
Leia a carta na íntegra
