Ao longo do Século 20, um dos assuntos que mais intrigavam o imaginário dos seres humanos era o futuro tecnológico que o Século 21 reservava. Filmes, livros, desenhos, séries e histórias em quadrinhos projetavam um cenário avançado já no início dos anos 2000. Carros voadores, locomoção por tubos a vácuo, teletransporte, mochila a jato e objetos controlados por comando de gestos ou voz. Eram muitas as soluções apresentadas e sonhadas. E, embora alguns recursos ainda estejam distantes, como os curiosos mordomos robôs, outros já são realidade e oferecem uma experiência extremamente inovadora às pessoas, principalmente em automação residencial.

Um dos conceitos mais estabelecidos é o de “connected living” ou “casa conectada”, em que a tecnologia é utilizada com foco em garantir mais conforto, segurança e praticidade nos lares, principalmente no cenário atual. Neste modelo de moradia, aparelhos comuns em uma casa, como televisão, geladeira, máquina de lavar, aspirador de pó e ar-condicionado, são conectados à Internet e podem ser controlados à distância por meio de um smartphone.

Atualmente, já é possível ter, por exemplo, um aspirador de pó que faça a limpeza da casa sozinho, enquanto o usuário dorme, passeia ou trabalha. Em um dia de alta temperatura, programar o ar-condicionado para refrigerar o ambiente no horário que o usuário desejar também já é uma realidade. Ou, então, ter uma geladeira que avisa sobre a data de validade dos alimentos e quando há necessidade de ir às compras.

A Internet das Coisas, um conceito que se refere justamente a esta interconexão digital de objetos cotidianos com a internet, cria a possibilidade de que os aparelhos desempenhem suas funções quase sozinhos, sem exigir grande esforço humano. E, com a ascensão da tecnologia 5G, em que a velocidade de transmissão de dados é maior e o tempo de resposta é menor, cada vez mais produtos “independentes” serão desenvolvidos.

De acordo com o Gartner, serão 25 bilhões de dispositivos conectados no mundo em 2020. No mesmo período, a previsão é de que a “cozinha conectada” gere pelo menos 15% de economia na indústria de alimentos e bebidas, através de dados gerados por big data analytics. Há geladeira em que é possível ver a parte interna direto na tela do smartphone. Assim, o usuário é capaz de visualizar o que está faltando em sua geladeira enquanto faz compras.

Em um universo com tantos aparelhos conectados, o registro de dados e padrões de uso será um importante aspecto de impulsão do mercado, criando um novo universo de possibilidades. Segundo estudo desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o mercado de Internet das Coisas deve injetar US$ 50 bilhões na economia brasileira até 2025. Por isso, é essencial assegurar uma estrutura capaz de proporcionar o comportamento correto na criação, armazenamento, uso e exclusão de informações.

O certo é que o presente e futuro causam entusiasmo aos fãs de tecnologia com um vasto repertório de aparelhos e conectividade a ser explorado.


*Helbert Oliveira, diretor da Divisão de Digital Appliances da Samsung Brasil.