Ao final da avenida Birger Jarl, localizada na cidade de Estocolmo, capital da Suécia, encontra-se o prédio T-House, uma elegante construção nórdica tombada pelo patrimônio histórico daquele país. A fachada com tijolos aparentes proporciona um ar sóbrio ao edifício construído em 1910. Essa imagem, entretanto, ficará somente no lado de fora. No próximo dia 31 de agosto, seu interior será totalmente adaptado para receber uma imaginária família sueca. Haverá uma sala de música inspirada na cantora Madonna, um corredor de armas e, só lá mesmo, um quarto de hóspede para a ex-esposa do chefe da família. O curioso é que esse cenário, típico dos países escandinavos, leva uma pitada de brasilidade. Isso porque ele foi construído para ser palco da primeira mostra de design e decoração da Casa Cor Suécia. O evento, com investimento de U$ 1,3 milhão, é a ponta-de-lança da marca brasileira para ganhar mercado no Exterior. “O mercado nórdico é uma referência em design”, diz Roberto Dimbério, diretor da Casa Cor. “Vamos levar para eles a fórmula brasileira de desenvolver novas tendências.”

A expansão não pára por aí

Em junho, a Casa Cor também será apresentada no Panamá. “O país está passando por um salto no mercado imobiliário e possui uma das melhores taxas de crescimento da América Central”, ressalta Dimbério. A idéia é pegar carona nesse aquecimento econômico e mostrar as novidades em decoração, no dia 7 de junho, em dois andares do antigo Hospital Santo Tomas. As duas novas versões estrangeiras da Casa Cor irão seguir o modelo de franquia adotado no Brasil, com cotas de patrocínio global e apoios locais. Um negócio que, em 2006, gerou faturamento de aproximadamente R$ 8,62 milhões. No evento de Estocolmo, a empresa patrocinadora será a fabricante de tintas Alcro, que investirá U$ 350 mil. Já na versão panamenha, o principal patrocinador será o HSBC, com investimento de US$ 50 mil. Além dessas empresas, outros nomes como Sony, Absolut e BMW já confirmaram presença nos patrocínios locais.

São os primeiros passos de um projeto de expansão que tem como meta promover mais cinco novos eventos internacionais dentro de três anos. “Pretendemos abrir novas oportunidades de negócio no Leste Europeu”, explica Dimbério. “Estamos falando de 40 milhões de consumidores e precisamos aproveitar isso”, reforça Felipe Camargo, também diretor da Casa Cor. Além de exportar a marca, a Casa Cor pode se tornar uma espécie de fomentadora de comércio exterior. “As empresas que embarcarem nessa parceria poderão colher bons frutos lá fora”, analisa Valpirio Monteiro, diretor de criação do GAD’Branding Design, empresa especializada em consultoria de marca. Pensando nisso, alguns profissionais do ramo já reservaram passagem para os novos destinos. “A chegada da Casa Cor na Europa irá aquecer o mercado e promover um verdadeiro intercâmbio para os profissionais brasileiros”, diz Patrícia Martinez, arquiteta que já tem seu ambiente reservado na mostra de Estocolmo. “A exportação da Casa Cor fortalece e reforça a imagem de negócios para o Brasil”, diz Cristiano do Vale, sócio da empresa de móveis Tora Brasil. O que a Casa Cor está fazendo é pôr em prática uma estratégia já adotada no País.

Baseada no modelo Casa Foa – mostra de sucesso na Argentina -, a primeira edição da Casa Cor foi realizada em 1987, no bairro Jardim Europa, em São Paulo. Em 2000, a empresa abandonou seu formato familiar e ganhou mais fôlego graças aos investimentos de um novo gestor, o Pátria Banco de Negócios. Os novos donos arquitetaram o plano de expansão e investiram pesado nesse sucesso. Só no evento de São Paulo, que abre as portas no dia 29 de maio, foram aplicados R$ 7 milhões. Tal quantia é explicada pelo crescimento anual da ordem de 22%. Sem contar, obviamente, o prestígio da marca. “O evento Casa Cor é um termômetro para todos os profissionais do ramo no Brasil”, diz o arquiteto João Armentano.

R$ 8,6 Milhões é quanto o evento faturou em cotas de patrocínio em 2006