21/12/2020 - 17:54
A desenvolvedora de projetos Casa dos Ventos anuncia nesta segunda-feira, 21, um novo contrato de fornecimento de turbinas eólicas com a fabricante dinamarquesa Vestas, no quarto acordo entre as duas empresas em menos de dois anos e o segundo em menos de um mês. No novo acordo, serão entregues 80 máquinas, modelo V150-4.2 MW, com modo de potência otimizado de 4.5 MW, totalizando 360 MW, para o projeto Babilônia, localizado na Bahia. O valor do contrato não foi divulgado.
A entrega das turbinas eólicas deve ocorrer a partir do segundo semestre de 2022, com comissionamento previsto para o segundo trimestre de 2023. A Vestas também será responsável por serviços de operação e manutenção para os próximos 20 anos em regime full scope service com garantia de disponibilidade de energia.
Grande parte da energia a ser gerada pelo parque eólico Babilônia será comercializada junto a clientes corporativos, no mercado livre de energia – em que consumidores escolhem seu fornecedor de eletricidade. Uma parcela da geração, no entanto, será destinada ao atendimento do mercado regulado (das distribuidoras), conforme compromisso assumido em leilão de energia nova A-6, realizado em 2019, com início de entrega em 2025. O projeto tem investimento estimado em R$ 1,7 bilhão.
O diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, destaca que o anúncio do contrato com a Vestas, com fornecimento e comissionamento antecipado em relação ao início de vigência do contrato no mercado regulado, está relacionado ao forte crescimento do mercado livre e da demanda dos grandes consumidores, num momento em que o mercado regulado está perto da estagnação. “No mercado livre, a decisão (de contratação) é muito por renováveis, porque tem não só a questão econômica muito forte – em que as fontes eólica e solar são as mais competitivas – mas também a tendência das grandes empresas de assumirem meta de emissão de carbono”, disse.
A estratégia da Casa dos Ventos é oferecer contratos de longo prazo com possibilidade de opção de compra do empreendimento, o que faz com que o consumidor se torne autoprodutor, trazendo benefícios econômicos adicionais. “Já anunciamos recentemente vários PPAs (Acordos de Compra e Venda de Energia, na sigla em inglês) e devemos anunciar mais alguns no próximo mês, incluindo para segunda fase de Rio do Vento e para Babilônia”, afirmou Araripe, referindo-se aos dois principais projetos em fase de desenvolvimento pela empresa.
Parceria
Com o novo acordo, a parceira entre a Casa dos Ventos e a Vestas já ultrapassa a marca de 1,5 GW em pedidos, o que reforça a posição da desenvolvedora de projetos brasileira como maior cliente da dinamarquesa na América Latina.
No primeiro contrato, em 2018, a Vestas forneceu 36 aerogeradores para o complexo Eólico de Folha Larga, na Bahia, com 151 MW de capacidade instalada e que já está em operação. No ano passado, a parceria foi acertada para 120 turbinas, ou 504 MW, para a Fase I do complexo Rio do Vento, no Rio Grande do Norte. No início do mês, as empresas anunciaram o maior dos contratos: para o fornecimento de 120 turbinas eólicas, modelos V150-4,3 MW e V150-4,5 MW, somando 534 MW, para Fase II do complexo Rio do Vento, previsto para entrar em operação comercial a partir de 2023.
Araripe destacou que o contrato de fornecimento para Babilônia fecha o atual ciclo de crescimento da Casa dos Ventos, considerando os projetos que são foco da empresa atualmente e para os quais a companhia já possui prazos máximos definidos para a entrada em operação, uma vez que parte da energia foi comercializada em leilões regulados. No total, a companhia deve investir R$ 7,2 bilhões nos projetos em construção.
Otimização
Com este contrato, a Vestas chega a 1.3 GW em pedidos para o Modo de Potência Otimizado de 4.5 MW para a V150-4.2 MW em menos de dois meses após seu anúncio. “Isso mostra que o novo power mode é capaz de prover custo de energia competitivo e seguirá o mesmo caminho de sucesso no país que a V150-4.2 MW”, destacou o gerente de Vendas Sênior da Vestas no Brasil, Gustavo Fagundes de Andrade.