Muda a noiva, muda o noivo, mudam os penteados, mas casamento chique é sempre aquela coisa. Há quase mais guarda-costas que convidados. As convidadas competem entre elas para mostrar quem tem o colar de brilhantes mais brilhante. A imprensa faz malabarismos para conseguir uma foto desfocada ou descobrir o nome da quituteira que fez os bem-casados. E Hebe Camargo e Narcisa Tamborindeguy não faltam jamais. O brasileiro aprendeu a notar esses detalhes em 2005. Houve pelo menos meia dúzia de enlaces milionários ao longo do ano. De jogador de futebol e filho de banqueiro a herdeira de industrial e neta de bilionário grego, pombinhos ricos de todas as estirpes subiram ao altar.

Os primeiros foram Ronaldo, o Fenômeno, e Daniela Cicarelli, modelo. Eles escolheram Castelo de Chantilly (França) para trocar alianças, em fevereiro. Aluguel do ponto: 20 mil euros por hora. No palco, shows dos mexicanos do Maná e do DJ britânico Fat Boy Slim. Mas o melhor da festa boa parte dos 250 convivas perdeu. Acompanhada de seis seguranças, a noiva expulsou do recinto a colega de profissão
Caroline Bittencourt. Parece que as duas não se bicavam desde os tempos em que uma sucedeu a outra na condição de namorada de João Paulo Diniz, do Pão de Açúcar. Os nubentes se separaram 86 dias depois.

Em setembro, 1,2 mil convidados prestigiaram o conúbio de Patrícia Nahas (filha do investidor Naji Nahas) e André Germanos, na Catedral da Sé, em São Paulo. Muitos vieram do estrangeiro, a bordo de dois Boeing, dois Gulfstream e cinco Falcon. Na recepção na mansão dos Nahas, caviar iraniano, foie gras trufado e 480 garrafas (R$ 400 cada) de champanhe Krug, francês. A música foi do canadense Paul Anka, que veio especialmente para a ocasião e distribuiu CDs ?caseiros?de sua apresentação como lembrancinha. Na mesma Catedral da Sé contraíram matrimônio Lianinha Moraes, filha do empresário José Ermírio de Moraes (Votorantim) e Guilherme Almeida Prado. A cauda do vestido da noiva se arrastava por quatro degraus da escadaria da igreja. Lá dentro, som feito por 40 músicos e coral de 50 vozes. Sobrou luxo. Só a conta dos bem-casados ficou em R$ 95 mil, incluindo as caixinhas de prata com pedras brasileiras na tampa que
serviram de embalagens aos docinhos.

A festança mais animada, porém, foi a de Azuri Safra (filho do banqueiro Moise Safra) e Alessandra Deweik. Praticamente uma ?rave?, ao gosto do noivo baladeiro. Para abrigar os 800 convidados e um tanto igual de guarda-costas, a família Safra construiu um prédio de 7 mil m² na Hípica, em São Paulo. Com teto azul-marinho salpicado de cristais que imitavam estrelas, teve até pista de dança que mudava de cor, feita de fibra óptica, e show de Lulu Santos.

Já nas núpcias de Sumaya Fares (herdeira das Lojas Marabraz) e Omar Aref as atenções voltaram-se à tiara de diamantes da noiva. ?Dava para vender, aplicar o dinheiro e viver de renda?, comentou um convidado. Também causaram espanto os valores do casório do cavaleiro Doda Miranda e Athina Onassis, neta do armador grego Aristóteles Onassis e herdeira de US$ 2,8 bilhões. Só o dia da noiva custou R$ 25 mil. O aluguel da Fundação Oscar Americano (SP), local do cerimônia, R$ 75 mil. Os comes, R$ 100 mil. E ainda teve os bebes, o vestido Valentino, o helicóptero que sobrevoou o evento de hora em hora, os 20 Audi que transportaram os convidados e o apartamento de R$ 16 milhões, 990 m² e 15 vagas de garagem que se tornou a morada dos noivos. Uma gracinha, diria Hebe.