13/09/2021 - 10:47
O cashback, que é uma espécie de bônus (literalmente “dinheiro de volta”) disponibilizado ao cliente após uma compra, está se tornando cada vez mais uma opção de captura de consumidores pelas marcas e empresas que apostam na digitalização das vendas. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Serasa neste mês, 53% dos entrevistados acreditam que o cashback é uma função essencial na carteira digital de um serviço bancário ou de um aplicativo de compras.
Com a pandemia, as empresas precisaram acelerar o processo de digitalização das vendas e estão oferecendo cada vez mais opções de compensar o cliente com produtos comprados em suas plataformas. Existe uma expectativa de especialistas com relação às grandes datas do varejo brasileiro, como a Black Friday, que deve movimentar muitas promoções e as grandes lojas certamente adotarão o cashback como poder de atração.
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“Com essas datas especiais, o cashback tem ganhado ainda mais força e, com certeza, essa ferramenta veio para ficar nos hábitos de consumo dos brasileiros e vai ajudar muitos a pouparem na hora de ir às compras de final de ano”, disse por nota Nara Iachan, fudadora e CMO da Cuponeria, plataforma de cupons de descontos.
Além disso, o dinheiro que fica armazenado no site ou app pode ser uma forma de driblar a inflação dos preços, que está corroendo o poder de compra dos brasileiros, e economizar um pouco mais no fim do mês.
“Tem sido cada vez mais difícil economizar. Com essas altas constantes nos preços de tudo, o que se conseguir economizar, ou no caso, receber de volta, é lucro. Por isso, estamos percebendo um aumento na procura por cashback, tanto por parte dos pequenos e médios empresários que querem implementar nos seus negócios, como por parte dos consumidores que enxergam nessa prática uma ajuda para aliviar o bolso e compensar esse aumento”, apontou em nota Davi Damazio, diretor geral no Brasil da myWorld, uma comunidade de compras e programa de benefícios multicanal e multissetorial.
E com cada vez mais pessoas usando serviços de recompensas que são bastante simples, as dúvidas começam a surgir, principalmente pelo fato de que o cashback é uma modalidade em que o cliente ganha dinheiro ao invés de perder.
Para entender melhor o sistema que deve se popularizar cada vez mais neste final de ano, montamos um pequeno guia de como funciona o cashback e alguns dos apps que utilizam esse modelo de retornar ao cliente parte do dinheiro gasto em uma compra.
1 – O que é Cashback?
Popularizado nos Estados Unidos na virada dos anos 2000 pelo site Ebates, o cashback é exatamente como sugere sua tradução livre: dinheiro de volta. O consumidor faz uma compra e recebe de volta parte daquele valor gasto, que pode ser de 5%, 10% ou o que for definido pela plataforma de compra.
Este dinheiro pode ficar armazenado no site ou app e ser reutilizado em compras futuras. Algumas empresas também adotam o cashback em cupons que serão utilizados pelos clientes, ou disponibilizam o saque do dinheiro que retornou com a compra.
2 – De onde as empresas tiram o dinheiro ou como compensam o benefício para as contas fecharem?
O processo de repassar o dinheiro ao consumidor varia de loja para loja, mas o padrão mais comum utilizado é o de parcerias, com as lojas pagando para anunciar em aplicativos digitais como o PicPay ou Ame, e o valor do anúncio é dividido com o cliente.
Essa é uma forma de a empresa ganhar visibilidade e atrair mais clientes.
Redes próprias já adotam o cashback de uma forma mais geral, dando ao cliente a opção de usar o dinheiro para compras na plataforma, pagar contas de luz, água, telefone, ou transferir valores para outros usuários.
3 – E quais são as vantagens do cashback?
Quem não gosta de ganhar dinheiro após acabar de gastar com algum produto? O cashback é uma forma de você economizar dinheiro na próxima compra, já que o saldo fica armazenado no site ou aplicativo e você pode utilizá-lo como um desconto automático.
Além disso, alguns serviços oferecem a opção de retirar o dinheiro, transferindo o saldo para uma conta bancária comum.
4 – Isso significa que as empresas já estão vendendo produtos com margem maior?
A pergunta para essa resposta é “depende”. É bem possível que você tenha parado em um lanchonete e viu a opção de pagar usando um aplicativo do PicPay ou da Ame, por exemplo, e se assustou quando viu que ia receber uma pequena parte do dinheiro gasto naquela compra. As lojas podem oferecer cashback cobrando do cliente o mesmo preço exigido na compra com cartão ou dinheiro, e então usam o cashback como uma forma a mais de receber pelo produto (além de cartão, dinheiro etc.) e agradar o cliente.
Isso não quer dizer que algumas empresas já não estejam montando estratégias de benefícios ampliando a margem para usar o cashback, o que seria enganar o cliente com uma promoção falsa. Por isso, é interessante sempre pesquisar preços e ver se o cashback é, de fato, real.
5 – Como saber que o cashback não é pegadinha?
Com mais pessoas usando o cashback e mais empresas entrando no radar de benefícios, você precisa ficar atento às promoções mentirosas. A grande arma nesses casos é pesquisar os preços em outras lojas e ter certeza de que você não vai pagar a mais em um produto para ter o “dinheiro de volta”.
Um bom caminho para evitar as ciladas é usar sites e aplicativos de empresas que são reconhecidas no mercado e contam com uma grande base de clientes. Quanto mais transparente for o programa de cashback, mais tranquilidade você vai ter na hora de comprar.
6 – O dinheiro do cashback expira?
Os aplicativos costumam indicar se o dinheiro expira após algum período parado na conta. Por isso, fique atento às regras de uso do cashback para não perder a grana extra.