27/10/2010 - 21:00
A mais recente delas foi capturada pelo fundo soberano do Catar, que comprou uma participação de 5% no Santander Brasil, presidido por Fábio Barbosa. Com a operação, os árabes passarão a investir no Brasil por meio de um dos bancos com menor valorização na bolsa. “Há uma oportunidade de ganhos para todo o setor. Dentre os bancos de capital aberto, o Santander foi o único que não teve uma valorização excessiva”, afirma Rodrigo Menon, sócio da Beta Advisors.
Barbosa, presidente do Santander: aumento das ações em circulação
Em 2010, até o dia 20 de outubro, os papéis do banco espanhol têm alta de 4%, em comparação com ganhos de 12,72% do Itaú e de 20,86% do Bradesco. Segundo Menon, o crescimento do mercado doméstico é favorável para todas as instituições financeiras. A Qatar Holding vai subscrever uma emissão de títulos de US$ 2,719 bilhões, que serão trocados por ações do banco, a R$ 23,75. Estes títulos também terão uma remuneração de 6,75% ao ano e vencimento após três anos da data de emissão. A operação permitirá ao Santander Brasil ampliar seu free float (ações em circulação) de 21,4% para 25% do capital social até o final de 2014.
Destaque no pregão
ALL cresce, mas decepciona
O resultado operacional da América Latina Logística (ALL), divulgado na terçafeira 19, desagradou o mercado, pois os números ficaram abaixo do esperado. A geração de caixa medida pelo Ebitda alcançou R$ 368,8 milhões no terceiro trimestre de 2010, alta de 8,1% sobre o mesmo período do ano passado. O volume transportado subiu 8,9%, para 12 mil toneladas por quilômetro. Os números afetaram as cotações da empresa: as units da ALL recuaram 5,8%. Os executivos da empresa, que aderiu ao Novo Mercado da Bovespa, esperam que a demanda por transporte seja positiva no último trimestre.
Palavra de analista
O ano ainda não acabou e o último trimestre pode trazer alento aos investidores da ALL. O mau resultado do terceiro trimestre é uma questão pontual, diz o analista Artur Delorme, da Ativa corretora. “As perspectivas para a companhia são boas, em especial o desempenho operacional em 2010”, afirma, em relatório. Delorme lembra que boa parte da safra deste ano será exportada ainda neste semestre, o que beneficiará a companhia.
Eletrobras
Efeito eleitoral
Depois de subir 21% nos primeiros dez pregões de outubro, as ações da Eletrobras caíram 6% na segunda-feira 18. A notícia de “independência” de Marina Silva em relação aos candidatos à Presidência Dilma Rousseff e José Serra teve peso na realização dos lucros. “O papel permanecerá volátil à mercê das notícias até o segundo turno”, afirma Rosângela Ribeiro, da SLW Corretora.
Maiores altas da semana
Maiores baixas da semana
As 10 mais negociadas do ibovespa
Desempenho das empresas por setor de atividade econômica
Termômetro do mercado
Bolsa no mundo
Educação financeira
Dinheiro traz felicidade? Em Até que o Dinheiro nos Separe, Cleide M. B. Guimarães traz um guia de finanças para casais que mostra como começar a administrar o dinheiro na vida a dois. Para que a relação funcione, é preciso que ambos se sintam bem no coração e no bolso (Saraiva, R$ 31).
Quem vem lá
Brasil Insurance quer R$ 747 mi
A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Brasil Insurance, holding de corretoras de seguros de automóveis e residenciais, pode levantar até R$ 747 milhões se as ações forem vendidas pela estimativa máxima dos coordenadores da emissão, que vai de R$ 1.250 a R$ 1.450. A empresa vai oferecer 382 mil ações ordinárias, quantidade que pode subir para 515 mil se houver demanda pelos lotes adicional e suplementar. Os papéis serão negociados no Novo Mercado sob o código BRIN3 a partir de 1º de novembro. Os interessados podem fazer suas reservas nos dias 26 e 27 de outubro.
Fique de olho: a companhia é formada por 26 corretoras de seguros e teve faturamento de R$ 125,6 milhões em 2009.
Touro x urso
Incertezas sobre o apetite chinês por commodities, aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e indefinição no cenário eleitoral foram os principais motivos pela queda de 3,03% do Ibovespa entre segunda e quinta-feira. O recuo da Petrobras (-8%) também reforçou o cenário negativo no mercado brasileiro. A volatilidade não deve deixar o mercado nos próximos dias, na opinião do economista Hersz Ferman, da Yield Capital, apesar da expectativa positiva de balanços corporativos no Brasil. Dentre as principais divulgações agendadas para os próximos dias, estão Bradesco (27), Vale (28), Redecard (28), Embraer (29) e Oi (29). Nos Estados Unidos, será publicado o resultado do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre (29).
Mercado
O poder dos jovens na bolsa
Miranda: ”Os jovens investem em mais setores”
Três em cada cinco investidores na bolsa de valores brasileira têm menos de 25 anos de idade. Ao todo, há 391 mil jovens entre os 630 mil CPFs registrados na BM&FBovespa. Eles ainda têm muito a aprender sobre o mercado, mas não são limitados pelas más lembranças de crise das gerações anteriores, por isso atraí-los é crucial para a estratégia da bolsa. José Augusto Miranda, conselheiro do grupo Ação Jovem, associação de instituições financeiras que busca a formação de novos investidores, conversou com a DINHEIRO.
DINHEIRO – Como é a relação do jovem com a bolsa de valores?
JOSÉ AUGUSTO MIRANDA – Existe uma grande ansiedade de conhecer o mercado,
de saber como funciona. Quando o jovem alcança o entendimento, as informações
fluem automaticamente e ele passa a cuidar sozinho de seus investimentos.
DINHEIRO – Quais são as maiores diferenças dos jovens em relação às gerações anteriores?
MIRANDA – Eles estão em fase de acumulação de capital, já possuem algumas informações, mas não tem opinião formada. É uma geração que assimila tudo muito rápido e não tem lembranças ruins. Eles não passaram por casos como o
do investidor Naji Nahas (que foi acusado na Justiça de manipular a Bolsa em 1989, mas foi inocentado). O fato de o mercado hoje ser mais regulado e as transações serem eletrônicas também ajuda.
DINHEIRO – Os jovens tendem a uma maior propensão ao risco?
MIRANDA – A relação com o risco tem muito mais a ver com questões culturais, disponibilidade de dinheiro, influência dos pais, do que propriamente com a idade. Ao mesmo tempo, essa geração está mais aberta para coisas novas. Os mais velhos muitas vezes não compram determinados setores que são mais fáceis
para o jovem assimilar.
DINHEIRO –Quais , por exemplo?
MIRANDA – Vários. Um exemplo foi a abertura de capital da Submarino, em 2003 (atual B2W, veja tabela). Naquela época, os mais velhos não consumiam produtos pela internet.
DINHEIRO – O aumento da participação dos jovens vai ajudar a bolsa a cumprir a meta de alcançar 5 milhões de investidores?
MIRANDA – Sem dúvida. O número de jovens investidores ainda é pequeno, mas pode aumentar bastante. Ainda é muito concentrado nas universidades e nas classes média e alta.
DINHEIRO – Como isso pode mudar?
MIRANDA – A tendência de queda de taxa de juros, o aquecimento da economia brasileira, uma nova fase de entrada de empresas no mercado de capitais trazem gente e recursos novos.
Pelo mundo
Citi anima investidores - Os investidores nos Estados Unidos começaram a semana animados com o resultado do Citigroup no terceiro trimestre de 2010. A instituição divulgou, na segunda-feira 18, que obteve lucro de US$ 2,2 bilhões no período, ante um prejuízo de US$ 3,2 bilhões no mesmo período em 2009. No dia do anúncio, as ações do banco subiram 5,57%.
Blac kRock lucra 74% mais – A BlackRock, uma das maiores gestoras de recursos
do mundo, lucrou US$ 551 milhões no terceiro trimestre de 2010, uma alta de 74% em relação ao mesmo período de 2009. As receitas cresceram 84%, para US$ 2 bilhões, enquanto a margem operacional subiu de 31,3% no terceiro trimestre de 2009 para 33,8% no mesmo período deste ano.
J & J vende menos – As ações da Johnson & Johnson caíram 0,89% na terça-feira 19. A principal preocupação dos investidores se refere às vendas globais da companhia americana. A empresa informou na terça-feira 19 que o indicador recuou 10,6% no terceiro trimestre de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009, para US$ 3,57 bilhões.
Mercado em números
CAPITALIZAÇÃO - R$ 7,7 bi foi o faturamento do setor de capitalização no período acumulado de janeiro a agosto de 2010. O valor representa uma expansão de 19,44% sobre o período do ano passado.
TECNISA – R$ 1 bilhão é o valor geral de vendas da incorporadora Tecnisa no acumulado até setembro. Em comparação aos primeiros nove meses de 2009, o crescimento foi de 205%. No acumulado até setembro, as vendas somam R$ 897,2 milhões, alta de 5%.
PETROBRAS - US$ 370 milhões é quanto vai custar a conversão de um navio em plataforma flutuante arrendada pela Petrobras. Batizada de Cidade de Itajaí, a base de exploração será instalada nas áreas de Tiro e Sídon, em meados de 2012.
NATURA - 0,8% foi o aumento do lucro líquido da Natura no terceiro trimestre deste ano, comparado ao anterior, quando lucrou R$ 190,1 milhões. Em nove meses, o ganho alcançou R$ 524,6 milhões, alta de 5,6%. BRMALLS R$ 3,1 bilhões foi o volume consolidado de vendas dos shoppings da BRMALLS no terceiro trimestre, um crescimento de 19,7% sobre o mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, este resultado foi beneficiado pelo crescimento das lojas satélites, que atingiu 17,5%.