Italiano entrou no gramado com símbolo LGBTQ e camisa estampada com protestos contra repressão às mulheres no Irã e a guerra na Ucrânia. Ex-jogador de futebol, ele tem histórico de invasão de campo em outros torneios.O italiano que invadiu o campo durante uma partida da Copa do Mundo do Catar portando uma bandeira com as cores do arco-íris foi liberado após um breve período preso, informou nesta terça-feira (29/11) o Ministério do Exterior da Itália.

Ao invadir o gramado do estádio de Lusail, o homem, identificado como Mario Ferri, de 35 anos, vestia uma camisa azul com o símbolo do Super-Homem, trazendo os dizeres “respeito às mulheres iranianas” na parte da frente e “salvem a Ucrânia” nas costas. Ele percorreu o campo de jogo durante 30 segundos no segundo tempo da partida entre Portugal e Uruguai, antes de ser agarrado e retirado do local pelos seguranças.

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“O Ministério do Exterior, juntamente com a embaixada da Itália em Doha, acompanharam o caso após a invasão do gramado”, afirmou a pasta, em nota. “Após uma breve detenção, ele [Ferri] foi liberado, sem quaisquer consequências”, afirma o comunicado, sem especificar onde ele foi detido e por quem.

O Mundial do Catar é um dos mais controversos da história. A questão do diretos LGBTQ e o uso da bandeira com as cores do arco-íris se tornaram um dos temas latentes na Copa do Mundo deste ano, realizada em um país onde a homossexualidade é ilegal.

Os capitães de várias seleções europeias planejavam usar braçadeiras com o lema One love (“um só amor”) e com as cores do arco-íris durante o torneio, como parte de uma campanha em prol da diversidade. Eles, porém, retrocederam após serem ameaçados pela Fifa com punições disciplinares, inclusive com cartões amarelos.

Ferri postou em seu perfil no Instagram imagens de dentro do estádio em Lusail, onde Portugal venceu o Uruguai por 2 a 0 nesta segunda-feira. A transmissão pela televisão mostrou apenas brevemente a invasão de campo.

Este não foi o primeiro episódio do tipo protagonizado pelo italiano. Em 2010, ele foi preso em Abu Dhabi, na final do Mundial de Clubes da Fifa, depois de invadir o campo com a mensagem “libertem Sakineh” em sua camiseta. Ele se referia a uma iraniana ameaçada de receber a pena de morte por apedrejamento.

Na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, ele se infiltrou no gramado durante a partida entre Bélgica e Estados Unidos com as palavras “Salvem as crianças das favelas” em sua camiseta com o símbolo do Super-Homem.

Recentemente, Ferri ajudou crianças e mulheres a fugirem da guerra na Ucrânia para a Polônia. Como futebolista, ele jogou pela equipe do SP Tre Fiori, da República de San Marino.

rc (AFP, SID)