05/10/2022 - 17:53
Por Andrew Mills
DOHA (Reuters) – O Catar vai intensificar as inspeções trabalhistas durante a Copa do Mundo de futebol, incluindo verificações extras de saúde e segurança para proteger da exploração os trabalhadores no país do Golfo Árabe, anunciou a Confederação Sindical Internacional (CSI) na quarta-feira.
Grupos de direitos humanos e sindicatos alertaram que os trabalhadores dos setores de hospitalidade, transporte e segurança estão especialmente vulneráveis durante o torneio que terá um mês de duração, a primeira edição a ser realizada em um país do Oriente Médio.
“Durante a Copa do Mundo, o Ministério do Trabalho implementará uma campanha dedicada à inspeção do trabalho, que inclui o aumento das verificações de saúde e segurança”, disse a CSI em comunicado.
“Também será emitida uma diretriz sobre o tempo de trabalho para proteger os trabalhadores de empregadores sem escrúpulos”, disse o órgão após uma reunião em Doha na terça-feira com funcionários do Ministério do Trabalho do país, representantes sindicais, e a Organização Internacional do Trabalho.
O Ministério do Trabalho do Catar não respondeu a um pedido de comentário.
Doha está sob observação e tem sofrido críticas de grupos de direitos humanos por causa do tratamento dado aos trabalhadores migrantes no período que antecedeu a Copa do Mundo no próximo mês.
O governo do Catar introduziu reformas que incluem proteções contra o não pagamento de salários, um salário mínimo mensal de 1.000 riais (275 dólares) e permite que os trabalhadores mudem de empregador com mais facilidade.
A lei trabalhista do Catar restringe os trabalhadores a um máximo de 60 horas por semana, incluindo horas extras que devem ser pagas com um bônus de 25% além do salário normal. Os trabalhadores têm direito a um dia de folga por semana.
O Catar, onde trabalhadores migrantes e outros estrangeiros compõem a maioria da população de 2,8 milhões, está contratando milhares de trabalhadores temporários para aumentar sua força de trabalho durante o evento.