15/03/2019 - 20:13
Na primeira entrevista coletiva após ser reeleito presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Cauê Macris (PSDB) disse que a Casa vai viver uma nova realidade na nova legislatura que começou nessa sexta-feira, 15. “Essa legislatura é muito diferente. Antes tínhamos oposição e situação. Agora há a briga ideológica. São duas correntes opostas e meu papel é tentar equilibrar essa situação”, afirmou o tucano.
O deputado classificou como “tenso” o ambiente na Casa, que registrou bate-boca e empurrões entre os parlamentares no plenário. Macris aproveitou a oportunidade para criticar o PSL por, segundo, ter “atacado” sua honra na campanha e apelado para “ganhar no tapetão”. “Essa foi uma das campanhas mais baixas e sujas na Assembleia. O PSL usou esse processo de mobilização nas redes sociais para fazer denuncismo”.
Após selar um grande acordo que reuniu do DEM ao PT e PCdoB, Cauê Macris foi eleito com 70 votos, contra 16 da deputada Janaína Paschoal (PSL), 4 da Monica Seixas (PSOL) e 4 de Daniel José (Novo).
Macris, que se diz um político de centro, fez um discurso conciliador após a vitória e afirmou que tentará dar “equilíbrio” ao debate. “Não vou tratorar nenhum partido. Não precisamos de radicalismos nesse momento do País”, afirmou o tucano.
Privatização da Sabesp
O deputado evitou se posicionar em relação a uma eventual proposta de privatização da Sabesp.
Desde a posse, em janeiro, o governo de João Doria colocou na mesa duas propostas para a Sabesp: capitalização ou privatização. Esta última, no entanto, precisa de aprovação do marco regulatório do saneamento básico no Congresso.
“A (privatização da) Sabesp é um caso que a gente tem de discutir. Não tenho opinião a priori”, afirmou o tucano aos jornalistas.
Ainda assim, Macris se colocou como favorável ao “Estado mínimo”. Ele ponderou, porém, que todos as propostas de privatização terão de ir a debate. “Não basta simplesmente ter um projeto, tem de debater”, disse.
Segundo Macris, na terça-feira haverá uma reunião do colégio de líderes para decidir as prioridades da pauta legislativa de 2019. “Nós temos de escutar todas as correntes que representam a sociedade. Se existir consenso nesta questão (da pauta de privatização), ótimo, avancemos”, disse.