07/08/2024 - 19:57
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou prejuízo líquido de R$ 74 milhões no segundo trimestre de 2024, 48% maior ante a perda de R$ 50 milhões registrada em igual período de 2023, conforme mostra o balanço da companhia divulgado na noite desta quarta-feira, 7.
O resultado negativo foi provocado pela influência da desvalorização cambial, visto que a CBA registrou maiores despesas financeiras em dívidas vinculadas ao dólar. Outro fator em patamar menos relevante, mas que refletiu nas perdas, foi a não realização da venda da unidade de mineração de níquel em Niquelândia (GO), explicou a diretora Financeira e de Relação com Investidores da CBA, Camila Abel.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da CBA no mesmo intervalo foi de R$ 339 milhões, valor 3,5 vezes superior ao registrado no segundo trimestre de 2023 e 132% maior ante o intervalo de janeiro a março deste ano. A margem Ebitda foi de 16%, aumento sequencial de oito pontos porcentuais e alta anual de 12 pontos porcentuais.
“Esperamos ver uma melhora consistente da nossa margem nos próximos trimestres”, afirmou Camila, mencionando que a combinação entre a melhora nas condições de mercado e a estabilização nas salas fornos devem contribuir para a empresa alcançar um patamar favorável de rentabilidade.
A receita líquida no período somou R$ 2,065 bilhões, número 24% superior na comparação anual e 23% maior no intervalo trimestral. Conforme Camila, houve aumento da receita e maiores preços de referência na LME (London Metal Exchange), fatores que impulsionaram a receita no segundo trimestre.
O preço médio do alumínio da LME no período foi de US$ 2.520 a tonelada, avanço de 12% na comparação com igual período do ano anterior e alta de 15% ante o primeiro trimestre de 2024. Segundo a CBA em seu balanço, a melhora das perspectivas macroeconômicas, principalmente na China, impulsionou o preço do metal no período. Outro ponto destacado pela companhia foi que o aumento no preço do cobre na LME também foi um fator relevante para o aumento do preço do alumínio, visto que historicamente há uma tendência de substituição de cobre por alumínio quando a relação entre o preço dos metais passa de 4 vezes.
Endividamento
A dívida líquida da CBA somou R$ 3,581 bilhões, 23% maior ante o primeiro trimestre de 2024. A empresa comenta em seu balanço que 83% denominada em dólar, considerando os contratos de derivativos (swaps). O restante da dívida, equivalente a 17%, está denominado em reais. O prazo médio total de pagamento é de 4,47 anos, menor ante os 4,71 anos registrados ao final de março. Já o custo médio da dívida é de 6,37%, ligeiramente superior à taxa de 6,27% do primeiro trimestre deste ano.
Segundo a CBA, 45% da dívida em junho foi destinada a projetos com impacto ambiental positivo ou associados ao desempenho de indicadores de sustentabilidade.
A dívida bruta da CBA somou R$ 5,3 bilhões ao final de junho, 19% maior se comparado ao final de março, refletindo a desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, de US$ 5,00 para US$ 5,56 ao fim de cada período.
Outro fator que influenciou no indicador, segundo a CBA, foi a captação que a empresa fez junto ao BNDES no montante de R$ 72 milhões para financiamento dos projetos de modernização das Salas Fornos 3 na fábrica de Alumínio da CBA e implantação da linha de beneficiamento de sucatas na fábrica da Metalex.
A alavancagem da CBA, medida pela relação entre dívida líquida e o Ebitda dos últimos 12 meses, caiu para 5,66 vezes, ante o resultado de 7,89 vezes apurados ao final de março e 3,88 vezes no mesmo período do ano anterior.