Os preços do alumínio também foram impulsionados pela alta das commodities no mercado internacional e acabaram beneficiando a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).

Com um aumento de 56% nas cotações, o metal atingiu uma média de US$ 3.280 por tonelada.

Isso permitiu à CBA obter um lucro líquido de R$ 426 milhões no primeiro trimestre de 2022, revertendo um prejuízo de R$ 133 milhões contabilizado no mesmo período do ano passado, período em que o mundo ainda vivia sob impacto da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19.

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A receita líquida consolidada subiu 31% na comparação anual, para R$ 2,3 bilhões. A geração de caixa medida pelo EBITDA ajustado bateu um novo recorde trimestral, com alta de 53%, para R$ 552 milhões.

As cotações internacionais do alumínio seguem fortes e diante desse cenário, a expectativa se mantém positiva para a indústria, apesar da queda de 9% no volume vendido, de 109 mil toneladas, no primeiro trimestre de 2022 devido à demanda mais fraca no mercado doméstico

Os efeitos da queda das vendas provocada pela retração da atividade interna foram parcialmente neutralizados pelo redirecionamento de parte da produção da CBA para exportação.

Em alumínio primário, as vendas de tarugo somaram 10 mil toneladas no primeiro trimestre de 2022, valor 10 vezes maior do que o mesmo período do ano passado (0,9 mil toneladas).

De acordo com a empresa, a ação é pontual e não altera sua estratégia, que tem como prioridade atender o mercado interno, e focar suas exportações nos produtos transformados, de maior valor agregado.

Outra frente importante para a CBA foi a venda de produtos reciclados, que aumentou em 4 mil toneladas no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, já como resultado da conclusão da compra da Alux do Brasil, concluída em janeiro de 2022.

A companhia é um dos principais fornecedores de alumínio secundário do País, produzido a partir da reciclagem de sucata. Importante fonte de produção do metal, ela complementa o portfólio da CBA com uma capacidade de 46 mil toneladas de alumínio reciclado por ano. Isso reforça a posição da empresa no mercado de reciclagem e a produção de alumínio com material adquirido.

A CBA informou ainda, durante coletiva à imprensa, que mantém o objetivo de antecipar a entrega de projetos anunciados durante sua oferta primária de ações (IPO da sigla em inglês). Entre elas está a automatização da alimentação de fornos, o que, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa utiliza menos consumo de água.

Tudo isso, torna o processo mais eficiente e com menor gasto. Indústria eletrointensiva, a CBA produz alumínio utilizando sua capacidade energética, vinda de hidroelétricas próprias.

Com bons resultados, a empresa também anunciou que pagará R$172 milhões (R$0,29 por ação) em dividendos aos seus acionistas, referente ao lucro líquido do exercício de 2021, que engloba os dividendos obrigatórios de 25% do lucro líquido ajustado e dividendos suplementares.