Em meio a um movimento de fuga de patrocinadores, a CBF teve vitória  parcial na Justiça na última sexta-feira. A 4ª Vara Cível da Barra da  Tijuca determinou que a Procter & Gamble (P&G), que rompeu  contrato com a entidade em junho do ano passado, recolha em até um mês  todos os produtos que estejam no mercado e ainda ostentem a logomarca da  confederação. A decisão, em caráter liminar, porém, não atendeu ao  pedido da CBF para que o caso tramite em segredo de Justiça.

O  fim do contrato é motivo de disputa judicial por “dano material”. O  caso ainda tramita, mas a juíza Erica de Paula Rodrigues da Cunha  concedeu liminar à CBF por considerar que “não se afigura plausível que  as rés (P&G), que não figuram mais como patrocinadoras das  modalidades esportivas, continuem a comercializar os produtos com a  logomarca das seleções brasileiras de futebol, após o decurso de mais de  seis meses”.

A magistrada, porém, negou o pedido para que o  caso tramite em segredo de Justiça, como queria a CBF, uma vez que o  contrato já foi encerrado e seus efeitos já foram noticiados. A juíza  também considerou que o pedido “não se amolda às hipóteses previstas na  lei”.

A marca patrocinava a CBF desde 2009 e, pelo último  contrato, pagava cerca de US$ 5 milhões ao ano à entidade. O rompimento  aconteceu em junho do ano passado e partiu da P&G. O distrato se  tornou público somente em dezembro. Na ocasião, a CBF divulgou nota  informando que “a movimentação de patrocinadores é algo natural, em  especial no quadro de instabilidade econômica no qual vive o País” e que  uma renegociação estava em curso há mais de ano. Mas a empresa declarou  que a decisão se baseava “em cláusula do contrato que prevê a rescisão  caso haja algum fato que possa oferecer riscos à preservação da imagem  da companhia”.

A P&G foi a primeira patrocinadora a  romper com a CBF desde que entidade passou a sofrer com uma forte crise  de credibilidade, a partir da prisão do ex-presidente José Maria Marin e  das suspeitas que recaíram sobre o seu sucessor, Marco Polo Del Nero,  atualmente licenciado. Depois, a Petrobras encerrou o patrocínio que  tinha para a Copa do Brasil. Já na sexta-feira, a BRF, controladora da  Sadia, também anunciou o fim do contrato de patrocínio com a CBF.