Depois de adquirir 73,45% das ações da Rodovia Integrada Oeste (SP Vias) no início de agosto, a CCR fechou a compra dos 26,55% papéis restantes que pertenciam à concessionária Multivias. Pelo controle total das rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares, a empresa, dirigida por Renato Alves Vale, desembolsará ao todo R$ 1,3 bilhão.

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Com a compra, a CCR controla integralmente mais 515 quilômetros de rodovias. Somados aos 1,4 mil que já possui, a CCR domina hoje cerca de 20% das estradas entregues à iniciativa privada no País. Pelas contas preliminares da empresa, esses novos trechos fariam o lucro líquido, que foi de R$ 634,3 milhões em 2009, aumentar 15% até o fim de 2011.

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Pedágio: CCR tem 20% das estradas privatizadas

“A CCR planeja crescer por leilões e novos negócios. Isso mostra que a malha sob sua administração continuará a ser ampliada e que a liderança do setor tem um peso importante”, diz Antônio Bezerra, analista da consultoria Lopes Filho. A ação está em queda de 2,64% no ano, enquanto o Ibovespa cai 5,5%. 

 

Destaque no pregão


Potash: rumor de compra derruba as ações da Vale

 

Rumores não confirmados de que a Vale poderia querer comprar a produtora canadense de potássio Potash derrubaram as ações da mineradora brasileira. O rumor surgiu na segunda-feira 23, e fez as cotações recuarem 2,4%. As quedas chegaram a 6,1%% na semana até a quinta-feira 26, apesar de a Vale negar seu interesse por meio de um fato relevante. A Potash, que recebeu uma oferta hostil de US$ 39 bilhões da australiana BHP Billiton, disse que há outros interessados, mas não citou nomes, o que gerou rumores.

 

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Palavra de analista

 

Os investidores usaram o rumor de compra, que elevaria o endividamento da Vale, e poderia ameaçar sua classificação de risco, como uma justificativa para realizar ganhos obtidos com as ações nas semanas anteriores, de acordo com o analista da SLW corretora, Pedro Galdi. “Há boas expectativas para os resultados do terceiro trimestre, mas o cenário externo ainda está indefinido”, disse. Na dúvida, a ordem foi colocar os ganhos no bolso.

 

 

Seguros


Sul América quer dobrar de tamanho

 

Com R$ 1,5 bilhão em caixa para gastar e o apoio do holandês ING Bank, a seguradora Sul América quer ir às compras. Para isso, a empresa reestruturou suas atividades e criou a diretora de estratégia e execução, a cargo de Roberto Marucco, ex-diretor de informática que vai reportar-se diretamente ao presidente, Thomaz Cabral de Menezes. Segundo Marucco, o objetivo da seguradora é crescer a taxas de dois dígitos nas divisões de automóveis, saúde e vida e previdência. 

 

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Educação financeira

 

Os gráficos podem ser um aliado do investidor. Essa técnica, porém, exige cuidado. Os novatos devem procurar informações antes de copiar as fórmulas de investidores experientes. Em Os Supersinais da Análise Técnica (168 páginas, R$ 35), o especialista Carlos Martins busca ajudar os interessados no tema.

 

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Quem vem lá


Eletrosom prepara IPO à mineira

 

A rede mineira de lojas de eletroeletrônicos Eletrosom entrou com pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa informou à DINHEIRO que pretende emitir ações nos próximos dois anos e que vem se estruturando para isso desde 2007. Nos próximos seis meses, a companhia, dirigida pelos irmãos Natal (à direita) e  Antonio Acir Rosa, deverá captar recursos junto a fundos de private equity. Reginaldo Soares da Rocha, membro do conselho da empresa, disse que a operação destina-se a captar recursos para financiar a expansão da companhia. “Estamos muito bem preparados e vamos fazer tudo bem à mineira”, diz Rocha.

 

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Fique de olho:  em 2009, o faturamento da Eletrosom foi de R$ 560 milhões, mas a empresa quer crescer mais. Segundo Rocha, a companhia “está de olho nas pequenas empresas”.

 

 

Touro x urso

 

Dados negativos do mercado imobiliário americano derrubaram as bolsas em todo o mundo. No Brasil, o Ibovespa cedeu 4,21% entre segunda e quinta-feira. Os números ruins de venda de casas novas e usadas nos Estados Unidos desagradaram os investidores. Em julho, a comercialização de imóveis novos caiu 12,5% e a de imóveis usados recuou 27,2%. Os dados agravaram as preocupações do mercado de que a recuperação da economia dos Estados Unidos vai demorar mais do que o esperado. Nos próximos dias, dados da renda e dados pessoais (30), confiança do consumidor (31), vendas de automóveis e caminhões (1o), além da taxa de desemprego (3) irão definir as decisões de investimento dos agentes do mercado.

 

 

Maiores altas da semana

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Maiores baixas da semana

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As 10 mais negociadas do Ibovespa

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

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Termômetro do mercado

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Bolsa no mundo

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Bancos


Crédito para os grandes

 

O lucro líquido do banco ABC Brasil, uma das nove instituições financeiras de médio porte listadas na BM&FBovespa, subiu para R$ 50,2 milhões no segundo trimestre, uma alta de 41,8% em relação a 2009. Os bons números se refletem no desempenho das ações que até quinta-feira 26 registravam uma valorização de 18,06% no ano, a maior entre os bancos médios.

 

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Para Sérgio Lulia, executivo responsável pelas relações com investidores, o bom desempenho deve continuar e a meta de crescimento de 30% para a carteira de crédito em 2010 pode ser superada. Lulia conversou com a DINHEIRO:

 

DINHEIRO – Quais são as expectativas para o segundo semestre?

SERGIO LULIA – Os empréstimos continuarão crescendo. Prevíamos um aumento de 30% da carteira de crédito em 2010, mas é possível que esta meta seja superada. O segundo semestre é mais ativo, com as empresas se preparando para o fim do ano.

 

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Lulia, diretor do abc Brasil: negócios com foco

 

DINHEIRO – Como fica o banco no mercado neste momento de receio dos investidores?

LULIA – O mercado de capitais apresenta um desempenho irregular e as incertezas ainda são grandes. As preocupações se alternam entre Estados Unidos, Europa e Ásia. Mesmo assim, 60% dos acionistas do banco são estrangeiros, e o Brasil continua sendo muito bem visto pelo mercado internacional, o que nos favorece.

 

DINHEIRO – Por que o desempenho das ações do ABC Brasil está acima dos outros bancos?

LULIA – Muitos bancos médios abriram seu capital em 2007 e os investidores não os diferenciavam. Quando veio a crise, alguns tiveram problemas em suas carteiras de crédito ou investiram em mercados menos rentáveis, o que não ocorreu conosco. Isso nos destacou da concorrência. Os pontos fortes de cada banco estão ficando mais claros para o mercado.

 

DINHEIRO – Quais são os pontos fortes do ABC Brasil? 

LULIA – Há vários. Um deles é o foco. Não dá para investir em dez mercados diferentes, e 100% dos nossos empréstimos são concedidos a empresas de médio e grande porte. Também temos uma grande preocupação com governança, pois estamos há 20 anos neste mercado. Outro ponto positivo é o suporte de um acionista forte, que dá condições mui-to boas de acesso a capital, melhores que a média da concorrência.

 

DINHEIRO – Como o sr. avalia a liquidez das ações? 

LULIA – Dentre os nove bancos médios listados na bolsa, o ABC está entre os três mais líquidos, ao lado de Panamericano e Bicbanco. O volume médio diário de negociação é de R$ 2,5 milhões. Em um ano, houve 150% de aumento. A liquidez ainda não é grande, mas melhorou muito. 

 

 

Pelo mundo

 

British Petroleum dá US$ 20 bi a vítimas

 

A British Petroleum (BP) começou a trabalhar na segunda-feira 23, para indenizar as vítimas do vazamento de óleo do Golfo do México em abril. O advogado Kenneth Feinberg, contratado pela BP, vai gerir a conta de US$ 20 bilhões, para evitar reivindicações judiciais mais caras.

 

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Cai o lucro da Burger King

 

A rede americana de fast food Burger King viu seu lucro líquido cair 16,8%, para US$ 49 milhões nos 12 meses até 30 de junho, ante US$ 58,9 milhões em 2009. O resultado, divulgado na terça-feira 24, foi afetado pela queda nas vendas e pelo aumento dos custos com ingredientes e embalagens.

 

 

Resultados mais belos para a L’Oréal

 

A empresa de cosméticos L’Oréal lucrou 1,3 bilhão de euros no primeiro semestre de 2010, alta de 21% em relação ao mesmo período de 2009. A companhia informou que as questões familiares envolvendo Liliane Bettencourt não afetam os negócios. A dona da L’Oréal, de 87 anos, doou 1 bilhão de euros a um amigo fotógrafo, decisão contestada na Justiça pelos herdeiros dela.

 

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