03/08/2005 - 7:00
Existem hoje no Brasil cerca de 30 milhões de pessoas com contas em banco e 75,5 milhões de celulares. Esse segundo contigente cresce a cada mês e não deve demorar a atingir o teto de 100 milhões de assinantes. Como diante de fatos não há argumentos, o celular pode se converter, em breve, no substituto dos meios tradicionais de pagamento de contas de pequenos valores. Foi em busca dessa oportunidade de mercado que o engenheiro Luiz Peduti e dois sócios criaram a Wappa, companhia que pretende partir na frente na área de micropagamentos pelo celular. “Despesas como o aluguel da máquinas de cartão de crédito pelos estabelecimentos ou emissão de vales refeição pelas empresas não serão mais necessárias”, afirma Peduti, diretor presidente da empresa. A tecnologia em torno da operação é relativamente simples, uma vez que é baseada em mensagens de texto enviadas pelos celulares, as chamadas SMS.
Ao chegar no restaurante, posto de gasolina, farmácia ou até ao final de uma corrida de táxi, o usuário pega o seu celular digita o código do estabelecimento, o valor da conta e sua senha pessoal. Em seguida dispara a mensagem até os computadores da Wappa que verificam o saldo do cliente e liberam a operação enviando um SMS de confirmação para os envolvidos na transação. ?A vantagem de um modelo desses é que todos os celulares do País podem enviar e transmitir mensagens de texto?, afirma Leonardo Xavier, diretor da Tellvox, companhia que atua na área de entretenimento e mobilidade. Por mês são enviadas 600 milhões de SMS ? uma média de oito por cada aparelho ? pelos usuários brasileiros. O apelo estratégico da Wappa para conquistar mercado está no volume de investimentos que os estabelecimentos e empresas contratantes terão de fazer pela novidade: zero. Basta dispor de um celular ou pager e de acesso à internet. Uma empresa que queira pagar os benefícios de seus funcionários terá apenas que cadastrá-los na Wappa e informar seu limite de gastos. O estabelecimento que recebe também deve estar cadastrado no banco de dados da empresa.
Estratégia – A receita da Wappa será obtida na cobrança de uma porcentagem de tudo o que for vendido nos estabelecimentos comerciais. “Os custos de cada mensagem e das ligações ficarão por conta da Wappa”, diz Roger Solé, diretor da Vivo. No primeiro momento, o alvo da companhia será o mercado corporativo. A Wappa pretende chegar ao final do ano com um faturamento de R$ 50 milhões. Segundo o executivo, foram fechadas parcerias com todas as operadoras de telefonia móvel de São Paulo. No primeiro ano de operação, deverão ser 500 clientes, 8 mil estabelecimentos cadastrados e cerca de 100 mil usuários beneficiados. Para testar a funcionalidade da invenção, foi feita uma experiência com o Unibanco e a praça de alimentação do Shopping Eldorado, em São Paulo. “Depois do sucesso dessa operação, tivemos certeza de que estamos prontos para mergulhar nesse mercado”, diz Peduti. ![]()
75,5 milhões é o número de celulares em operação no Brasil |