O governo de Minas Gerais encaminhou nesta quinta-feira à Assembleia Legislativa um projeto de lei para privatizar a companhia elétrica Cemig, transformando-a em uma “corporation”, sem controlador definido.

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A proposta se encaixa nos planos do governo de Romeu Zema (Novo) de “modernizar” as estatais Cemig e Copasa e eventualmente conseguir, no futuro, um “maior abatimento da dívida” do Estado com a União em potencial negociação para federalização dessas empresas.

Essa ideia já vinha sendo aventada há alguns meses, conforme declarações anteriores do secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

Segundo o governo mineiro, o modelo proposto para a desestatização da Cemig prevê que o Estado de Minas Gerais passaria a ser o acionista referência, inclusive com poder de veto (“golden share”).

A privatização da Cemig com transformação em corporation, a exemplo do que ocorreu com a Eletrobras, “aumentará o valor de mercado da companhia”, defendeu o governo de MG.

“Assim, a companhia energética passará a ter mais sócios que estão obrigados a realizar investimentos em Minas sempre superiores à desvalorização dos seus ativos para melhorar o atendimento a indústrias, clientes rurais e residenciais. A sede da Cemig continuará em Belo Horizonte”, diz o comunicado.

Uma das poucas estatais remanescentes do setor elétrico, a Cemig opera a maior distribuidora de energia do país, além de operar em geração e transmissão de energia e distribuição de gás canalizado.

Copasa também entra na mira da privatização

A companhia de saneamento de Minas Gerais, Copasa, afirmou nesta quinta-feira que o governo estadual enviou à assembleia legislativa projeto de lei com medidas para a privatização da empresa.

O projeto foi enviado nesta quinta-feira, informou a empresa, citando comunicação da secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais.

As ações da Copasa exibiam alta de 2,97%, cotadas a 24,29 reais, quando foram suspensas pela B3 diante da comunicação do fato relevante. Na reabertura dos negócios, os papéis exibiam alta de 4%, cotados a 24,52 reais, enquanto o Ibovespa tinha oscilação positiva de 0,24%.

A Copasa atualmente é controlada em 50,03% pelo Estado de Minas Gerais, que detém 190,25 milhões de ações ordinárias da empresa, segundo dados da companhia.

Acionistas minoritários nacionais da Copasa possuem outros 21,05% das ações da companhia, enquanto os estrangeiros 28,64%.

A companhia tem um cronograma de investimentos que soma cerca de 10 bilhões de reais entre este ano e 2028.

O envio do projeto de lei de privatização da Copasa acontece alguns meses depois que o governo do Estado de São Paulo abriu mão do controle sobre a maior empresa de saneamento do setor no país, Sabesp, ao vender 15% de participação na companhia para o grupo de energia elétrica Equatorial por 7 bilhões de reais.