O Comitê de Política Monetária (Copom) disse, na ata da sua última reunião, que o cenário externo se mantém desafiador, com incertezas econômicas e geopolíticas relevantes, sobretudo com as dúvidas em relação à condução da política econômica nos Estados Unidos.

O colegiado pondera que, ainda que não tenha provocado alterações significativas no cenário-base, já há avaliação de que cenários mais extremos, que produzirão impactos distintos sobre a inflação dos emergentes, têm maior probabilidade de se concretizarem em relação ao que foi avaliado na reunião anterior, ainda em 2024.

“O cenário-base do Comitê segue sendo de desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana, mas, além das incertezas inerentes à conjuntura econômica, há dúvidas sobre a condução da política econômica em diversas dimensões, tais como possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho, introdução de tarifas à importação e alterações importantes em preços relativos decorrentes de reorientações da matriz energética, o que pode impactar negativamente as condições financeiras e os fluxos de capital para economias emergentes”, diz o texto.

Na ata, o Copom reiterou que o compromisso dos bancos centrais com o atingimento das metas é um ingrediente fundamental no processo desinflacionário. Esse movimento é corroborado pelas recentes indicações de ciclos cautelosos de distensão monetária em vários países.

“Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo. Reforçou-se, ademais, que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica”, diz a ata.