26/06/2018 - 9:50
O Banco Central (BC) reconhece que o processo de alta do juro nos Estados Unidos gera risco crescente para os mercados emergentes. Esse fenômeno, dizem os diretores da instituição, deve potencializar o ajuste de preços e a volatilidade nos negócios. Outro risco é a guerra comercial entre as principais economias do mundo. Para o BC, o cenário externo está mais “desafiador”.
A avaliação faz parte da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira, dia 26.
“O cenário básico do Comitê contempla normalização gradual da política monetária nos países centrais. Há risco de um maior impacto desse processo sobre economias emergentes”, dizem os diretores do BC no parágrafo 12 da ata. O risco maior, argumenta o Comitê, “poderá reforçar os ajustes em preços de ativos e volatilidade nas condições financeiras no mercado internacional”.
Outro risco mencionado pelo BC é a “intensificação dos riscos associados à continuidade da expansão do comércio internacional”. Em meio às decisões protecionistas das maiores economias do mundo, como os Estados Unidos e China, o BC nota que esse recrudescimento pode gerar “possíveis impactos sobre o crescimento global”.
O quadro externo desfavorável poderia ser, ainda, potencializado no Brasil em eventual “contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários na economia brasileira”.
Apesar desse quadro considerado desafiador, o BC voltou a destacar que o País tem capacidade de absorver eventual revés externo. Entre as razões, o Copom enumera: “a situação robusta de seu balanço de pagamentos e ao ambiente com inflação baixa no passado recente, expectativas de inflação ancoradas e perspectiva de recuperação econômica”.