31/03/2016 - 0:00
Sob quase todos os ângulos, o resultado da fabricante brasileira de computadores e celulares é desastroso em 2015. A receita líquida caiu 20,5%, para R$ 1,8 bilhão. O prejuízo de R$ 79,9 milhões reverte o minguado lucro de 2014.
As vendas de desktops despencaram 30,8%. A de notebooks, 37,3%, e a de tablets, 11,1%. O único dado positivo é a venda de celulares. Elas saltaram incríveis 127% no ano passado, quando foram vendidos 1,2 milhão de aparelhos.
A favor da Positivo, comandada pelo executivo Hélio Rotenberg, está o fato de que o mercado de tecnologia caiu bastante no ano passado. As vendas de PCs, por exemplo, encolheram 36% no Brasil, recuando para 6,6 milhões de unidades vendidas, segundo a consultoria americana IDC.
Mas isso não deve ser encarado como desculpa. Afinal, a previsão é de que as vendas de computadores mantenham sua trajetória de queda em 2016. Sem trocadilhos, o cenário não é nada positivo para a Positivo.
Qual, então, a solução? De certa forma, a Positivo começa a trabalhar para reduzir cada vez mais sua dependência dos tradicionais produtos tecnológicos. “Se a Positivo não mudar, ela morre”, diz uma fonte do setor de tecnologia, que não quer se identificar. “Ela precisa urgentemente buscar novos mercados.”
É o que a companhia está fazendo, apurou o blog BASTIDORES DAS EMPRESAS. E, surpreendentemente, a área que ela está prospectando não tem nada a ver com tecnologia.
A ideia, segundo outra fonte, é usar sua força na área de varejo para vender outros produtos, que não desktops, notebooks, tablets ou celulares. O martelo ainda não está batido, mas a decisão deve ser divulgada em breve, apurou o blog.
Por outro lado, a Positivo está conseguindo relativo sucesso na área de celulares, que já representou quase 12% de sua receita líquida em 2015. Com pouco tempo no mercado, ela está começando a ganhar tração para buscar uma posição entre os líderes do mercado.
“A Positivo está comendo pelas beiradas”, afirma um consultor da área. “Ela não conseguirá competir com Samsung e Motorola, mas acredita que pode ser firmar como a terceira maior marca no Brasil.”
Atualmente, a Positivo já é líder nos celulares chamados de “feature phones”, aparelhos básicos sem conexão com a internet. No ano passado, vendeu 658 mil deles.
Em smartphones, cujos valores podem chegar até a R$ 1 mi, ela alcançou a oitava posição em vendas no quarto trimestre de 2015. E suas vendas vêm crescendo mês a mês. No acumulado do ano passado, a fabricante curitibana fabricou 537 mil unidades de celulares inteligentes.
Procurada, a Positivo não quis se manifestar.