O jato Cessna Citation VII, de matrícula PT-WQH, de propriedade do Bradesco que caiu nesta terça-feira, 10, às 19h04, em uma fazenda próxima a Catalão, em Goiás, matando seus quatro ocupantes, entre eles dois dirigentes do Bradesco, não teria reportado nenhuma emergência antes do acidente, segundo informações preliminares obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A Aeronáutica, no entanto, não forneceu nenhum dado sobre isso, limitando-se a informar que as equipes de investigação chegaram à Fazenda Chapadão, a 15 km do local do acidente, às 8h10 desta quarta-feira, para iniciar os trabalhos de recolhimentos de peças e dados para buscas das causas que contribuíram para o acidente. Não há prazo para a conclusão das investigações.

Todas as informações, neste momento, ainda são muito preliminares porque as investigações estão no início. Seis técnicos do Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já estão no local em busca da caixa preta, que normalmente ajuda a esclarecer boa parte dos desastres.

Além das buscas no local do acidente, a Aeronáutica, por meio do Centro integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta) está fazendo um levantamento das gravações do período do acidente para saber quando e qual foi a última conversa do piloto com a torre de comando.

O Cindacta fará também uma degravação de todo período que envolveu a decolagem do avião, que ocorreu às 18h39, de Brasília, em direção a Congonhas, em São Paulo, até às 19h04, quando o seu registro desapareceu da tela do radar de Brasília. Este procedimento é uma praxe na investigação em qualquer acidente.

Somente depois desta apuração e da degravação das fitas de dados e de voz será possível confirmar que se não houve mesmo comunicação do piloto à torre ou ao Cindacta 1, em Brasília, que controla a região onde o avião caiu, informando alguma anormalidade durante os 25 minutos de voo, até que ele caísse.

Técnicos da FAB ouvidos pela reportagem consideram as condições do acidente “estranhas”, “algo muito catastrófico”. Mas, qualquer dado real só será fornecido com o decorrer da investigação. O procedimento da Aeronáutica não tem objetivo de apontar responsáveis pelo acidente, mas buscar o que pode ter provocado a tragédia para que outras não se repitam pelo mesmo motivo.

Nota

Em nota, a Força Aérea informa que a equipe com os seis militares do Cenipa já chegou ao local do acidente para iniciar as investigações, acrescentando que

“Durante essa Ação Inicial, os militares vão coletar partes da aeronave, documentos, imagens e ouvir testemunhas”, diz nota da FAB. “Já são levantados dados sobre a meteorologia da rota, o plano de voo da aeronave e a imagem radar do deslocamento”, continua o texto.

A Aeronáutica afirma, ainda, que “cumprindo o previsto na Convenção para Aviação Civil Internacional, o Cenipa já efetuou a notificação da ocorrência à OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) e ao NTSB (National Transportation Safety Board), órgão investigador do país fabricante do avião”. E encerra ressaltando que “que “não há prazo para conclusão das investigações”.

No momento da queda, quatro pessoas estavam a bordo da aeronave. Entre eles, o presidente da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, e o presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Condurú de Oliveira. Piloto e o copiloto também morreram no acidente.