O resultado do Censo 2022 mostra que o Brasil cresceu menos do que as estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O destaque foi para o crescimento acima da média das cidades de médio porte. 

Entenda

  • Crescimento das cidades de médio porte, de até 500 mil pessoas, foi acima de 10%;
  • Perfil da população pode necessitar apartamentos cada vez menores, mas bem localizados;
  • Investidores precisam ficar atentos a como essas cidades vão aproveitar esse crescimento.

“Para o mercado imobiliário é importante ter clareza de que redução populacional não necessariamente significa redução de demanda”, Pedro Tenório, economista do DataZap+

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Cidades de até 500 mil habitantes cresceram mais que a média

De acordo com as informações do IBGE, a faixa de municípios entre 200 mil e 500 mil habitantes cresceu, em média, 10,95% entre 2010 e 2022. 

Tipo de MunicípioCrescimento populacional
Acima de 1 milhão0.83%
Entre 500 mil e 1 milhão7.47%
Entre 200 mil e 500 mil10.95%
Até 200 mil6.23%

Algumas variáveis podem explicar a mudança de pessoas de capitais para cidades menores: trabalho, qualidade de vida, desenvolvimento econômico da cidade, a infraestrutura e a oportunidade de trabalhar de casa. 

“A cidade, desde que ofereça infraestrutura, tem tudo para garantir o sucesso do mercado imobiliário. O censo é uma informação muito importante para a decisão dos próximos passos”, explica Jonata Tribioli, especialista em investimentos imobiliários e diretor da Neoin. 

Triboli também dá dicas de cidades paulistas que quem pretende investir em imóveis deve ficar atento: Sorocaba, Santo André, Osasco, Ribeirão Preto e São José dos Campos 

Mudança demográfica aumenta a demanda por imóveis menores 

Apesar do crescimento mais lento das grandes cidades, o mercado imobiliário está mais atento ao consumidor que procura imóvel nas capitais.

A tendência de famílias terem cada vez menos filhos ou não ter já está afetando o mercado imobiliário. Cabe lembrar que apesar da população brasileira ter crescido 6,5% em 12 anos, o número de domicílios no país cresceu 34,21%. 

“Tendências comportamentais como divórcio ou ir morar sozinho são determinantes no número de domicílios ocupados, o que é tão importante quanto crescimento populacional para o mercado imobiliário”, explicou Tenório. Tribioli aponta que essa tendência faz com que a demanda por imóveis menores cresçam. 

“Antes as pessoas tinham grandes famílias e precisavam de imóveis maiores, agora, com o os novos dados e comportamento populacional diferente, os resultados nos mostram o oposto e o mercado imobiliário precisa se atentar”, encerrou.