Uma grande operação internacional contra o comércio ilegal de animais silvestres e madeira levou centenas de pessoas à prisão e provocou o desmantelamento de redes criminosas, anunciou a Interpol nesta terça-feira (06).

A operação, nomeada “Thunder 2022”, foi coordenada pela Interpol e pela Organização Mundial de Alfândegas (OMA) entre 3 a 30 de outubro. A ação mobilizou a polícia, alfândega e serviços de inteligência de 125 nações, um recorde de participação de países nesse tipo de operação desde 2017, quando começou a ser realizada.

A operação visava o cumprimento da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).

Por meio de inspeções de rotina e verificações direcionadas, centenas de pacotes, malas, veículos e navios foram examinados, muitas vezes com a ajuda de cães policiais e scanners de raios-X.

De acordo com um balanço preliminar, foram realizadas 2.200 apreensões no âmbito da “Thunder 2022”, além da identificação de 934 suspeitos e 141 empresas supostamente envolvidas em vendas ilegais.

Entre as apreensões, a Interpol registou 119 felinos, 34 primatas, 136 partes de corpos de primatas, 25 chifres de rinoceronte, nove pangolins, 389 quilogramas de escamas e outros derivados de pangolins, 750 aves e mais de 450 partes destes animais.

A organização informou, ainda, a apreensão de quase 780 quilos e 516 peças de marfim de elefante, 1.795 répteis e quase meia tonelada de peças e produtos derivados de répteis.

Foram apreendidos, também, 2.813 quilogramas de produtos marinhos (corais, enguias, pepinos-do-mar) e 1.190 tartarugas.

A Interpol informou a apreensão de madeiras de jacarandá, cactos, orquídeas e toneladas de outras plantas.

“As operações são importantes para a segurança mundial, pois o tráfico de madeira e espécies silvestres não representa apenas um problema para a proteção” do meio ambiente, comentou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, citado no comunicado.

“Existem agentes que perdem suas vidas todos os anos, meios de subsistência são destruídos (…), governos são enfraquecidos e economias inteiras são destruídas”, já que “os enormes lucros potenciais atraem o crime organizado e os terroristas”, explicou Stock.