14/09/2024 - 13:55
KUALA LUMPUR (CIDADE DE KUALA LUMPUR) (Reuters) – O chefe de um conglomerado da Malásia acusado de administrar abrigos onde centenas de crianças e jovens teriam sofrido abusos sexuais disse que houve “um ou dois” casos de sodomia nos locais, mas negou outras acusações.
A polícia resgatou 402 crianças nesta semana de lares beneficentes que, segundo as autoridades, eram administrados pela Global Ikhwan Services and Business (GISB) Holdings, uma empresa islâmica que as autoridades também acusaram de explorar trabalhadores.
Exames de saúde mostraram que muitas das crianças tinham ferimentos consistentes com abusos físicos e sexuais. Treze delas haviam sido sodomizadas, disse a polícia na sexta-feira.
A GISB disse que não administra os abrigos e negou todas as alegações de abuso e exploração de trabalhadores.
No entanto, em um vídeo publicado na página oficial da GISB no Facebook neste sábado, o diretor-executivo da companhia, Nasiruddin Ali, afirmou que a empresa havia quebrado algumas leis não especificadas.
“Não quero culpar as leis. É verdade que cometemos alguns erros aos olhos da lei, mas não poderia ter havido algum conselho ou discussão antes?”, disse.
Nasiruddin afirmou que as acusações da polícia de que crianças foram sodomizadas e ensinadas a sodomizar são “nojentas”, mas reconheceu que houve casos de abuso deste tipo nos abrigos.
“Realmente, houve um ou dois casos de sodomia, mas por que colocar todos (os casos) juntos?”, questionou.
A GISB tem sido ligada à Al-Arqam, uma seita religiosa proibida pelo governo em 1994. A empresa admitiu a associação, mas agora se descreve como um conglomerado islâmico baseado em princípios muçulmanos.
(Reportagem de Rozanna Latiff)