19/10/2022 - 19:19
A Cepal voltou a melhorar nesta quarta-feira (19) sua previsão de crescimento na América Latina para este ano, dos 2,7% estimados em agosto para 3,2%, mas antecipou que a desaceleração da economia se acentuará em 2023.
Em um comunicado, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) explicou que em 2023 “os países da região serão confrontados novamente a um contexto internacional desfavorável, no qual se espera uma desaceleração tanto do crescimento quanto do comércio global, taxas de juros mais altas e menor liquidez global”, produto da guerra da Rússia na Ucrânia.
O conflito afetou negativamente o crescimento global “e com isso, a demanda externa” por produtos regionais, acrescentou a Cepal, um organismo técnico das Nações Unidas com sede em Santiago.
Os países latino-americanos vão enfrentar novamente “um ambiente complexo para a política fiscal e monetária” após os aumentos das taxas de juros no mundo para conter a inflação, o que repercutirá negativamente no consumo privado e no investimento.
Todas as sub-regiões da América Latina terão um crescimento menor no ano que vem: a América do Sul crescerá 1,2% frente a 3,4% de 2022, enquanto América Central e México crescerá 1,7% contra 2,5%. O Caribe, enquanto isso, vai crescer 3,1%, sem incluir a Guiana, em comparação com os 4,3% deste ano.
O Chile, com uma queda de 0,9% de seu PIB, será o país mais afetado da região no ano que vem.
A Cepal explicou que a maioria dos países da região “são particularmente afetados pelo baixo dinamismo da China, que é um mercado importante para suas exportações de bens”.
O organismo também destacou o impacto da “queda nos preços dos produtos básicos e das restrições ao espaço que a política pública tem para sustentar a atividade” econômica.
Nas economias de América Central e México, “o baixo dinamismo dos Estados Unidos, principais parceiros comerciais e primeira fonte das remessas de seus países, afetaria tanto o setor externo quanto o consumo privado”.