10/03/2025 - 16:06
A cesta básica ficou mais cara em 14 das 17 cidades monitoradas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com a alta mais expressiva, de 4,4%, registrada em Recife. O café em pó foi o principal vilão, com encarecimento em todos os municípios pesquisados.
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Para além de Recife, as maiores altas no valor da cesta básica foram registradas em João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%), Brasília (2,15%) e Aracaju (1,58%). Houve queda no preço em apenas três cidades: Porto Alegre (-0,12%), Florianópolis (-0,13%) e Goiânia (-1,50%).
Já na comparação anual, 14 das 17 cidades tiveram alta nos preços. Os maiores crescimentos ocorreram em Fortaleza (13,22%), João Pessoa (12,28%), Natal (11,96%), Recife (11,73%) e Aracaju (8,62%). As únicas quedas foram no Belo Horizonte (-0,20%), Rio de Janeiro (-2,15%) e Porto Alegre (-3,40%).
Café “pesa” na cesta básica
O Dieese analisa uma cesta básica composta por 13 itens, dos quais oito tiveram alta de preço no último ano: café em pó (45,24%), óleo de soja (29,65%), carne bovina de primeira (27,00%), leite integral (9,29%), manteiga (7,09%), pão francês (5,19%), farinha de trigo (0,66%) e arroz agulhinha (0,52%).
Houve queda nos preços da batata (-36,45%), do feijão carioquinha (-17,91%), tomate (-10,20%) e açúcar refinado (-0,66%). A banana não apresentou variação.
Entre os motivos para a disparada do café está a alta do dólar, que torna os preços para o exterior mais competitivos. Houve ainda quebra de safra, ou seja, por uma produção abaixo do esperado pelos agricultores. O Brasil produz quase metade dos grãos arábica do mundo e passou por uma das piores secas de sua história no ano passado.
Defasagem do salário mínimo
O maior custo da cesta básica foi observado na cidade de São Paulo (R$ 860,53), seguida por Rio de Janeiro (R$ 814,90), Florianópolis (R$ 807,71) e Campo Grande (R$ 773,95). Já os menores valores, em Aracaju (R$ 580,45), Recife (R$ 625,33) e Salvador (R$ 628,80).
O Dieese produz uma conta sobre qual deveria ser o salário mínimo para arcar com as necessidades estabelecidas pela Constituição. No mês de fevereiro, o valor apontado foi de R$ 7.229,32 ou 4,76 vezes o piso atual.
Para comprar a cesta básica no mês de fevereiro, o trabalhador precisou desembolsar 61,28% da sua remuneração, após os descontos da Previdência Social.