O governo lançou nessa segunda-feira, 22, o Portal Brasileiro de Hidrogênio, que reúne dados, projetos e incentivos com foco no hidrogênio verde — combustível que não emite gases de efeito estufa no processo de fabricação. O setor privado, contudo, observa com ceticismo o cenário para o hidrogênio verde no país.
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As dúvidas dos investidores se dão porque desde 2022, quando surgiram os primeiros tons de política nacional de incentivo ao setor, o governo fez muitos anúncios, mas poucos empreendimentos amadureceram, de fato. Antes de fazer aportes significativos, nomes importantes do mercado aguardam sinais mais robustos de que a política irá vingar.
Estratégias do governo para o hidrogênio verde
Desburocratização para plantas industriais, contratos firmes, ofertas de matéria-prima e escala — promessas estatais que atraíram investimentos verdes — não avançaram no ritmo esperado. A dificuldade dos produtos à base desse hidrogênio, como o aço verde, em competir com preços de concorrentes impede a escala necessária para promover o barateamento da produção, relatou uma fonte do setor à coluna.
Responsável pelo desenvolvimento do portal lançado pelo governo, Jeferson Soares, superintendente da Empresa de Pesquisa Energética, admite que “o hidrogênio verde não compete hoje nem com gás natural, nem com outras matrizes”.
Soares defende incentivos claros do governo à cadeia de produção e ao desenvolvimento tecnológico para evitar que o Brasil se limite a importar tecnologia. “Precisamos trazer capacidade industrial, adensar a cadeia e criar regras que deem escala”, concluiu.
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