08/05/2014 - 21:56
As diversas fontes de receita da Cetip garantiram à companhia crescimento de dois dígitos no primeiro trimestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013. A receita líquida atingiu R$ 239,2 milhões, alta de 15,6% no ano, enquanto o lucro líquido avançou 24,9% para R$ 100 milhões, segundo comunicado divulgado na noite de quinta-feira 8, na Comissão de Valores Mobiliários.
Contribuiu para esse resultado, os números da Unidade de Títulos de Valores Mobiliários (UTVM), que obteve receita bruta de R$ 185,8 milhões no trimestre, aumento de 18,9% na comparação com o mesmo período de 2013. Deste total, os serviços de registro de ativos de renda fixa e derivativos de balcão corresponderam a R$ 29,4 milhões.
A explicação para esse avanço, segundo Willy Otto Jordan Neto, diretor financeiro da Cetip, é que muitas empresas anteciparam captações. “O primeiro semestre tende ser mais forte, já que o segundo tem um grau de incerteza, porque começa com a Copa e depois vem o período eleitoral”, acrescenta. Mas isso não significa que serão seis meses ruins. “A incerteza pode impulsionar emissão de derivativos. Não dá para saber, acho temerário arriscar palpites.”
Outro destaque dessa unidade foi o início da atividade de registro dos Certificados de Operações Estruturadas (COEs), instrumento de captação bancária lançado em 6 de janeiro, cujo valor em estoque atualmente é de algo em torno de R$ 2 bilhões.
A Unidade de Financiamentos (UF), por sua vez, registrou crescimento de 15,3% na receita bruta, que totalizou R$ 101,7 milhões. Este resultado foi impulsionado, entre outros fatores, pelo crescimento da receita com market data e desenvolvimento de soluções. “A gente lidou com um panorama mais desafiador e, mesmo assim, conseguiu entregar receita, devido à penetração dos produtos”, afirma. O executivo se refere à queda no número de veículos financiados, mais especificamente no segmento de novos, e à redução do total de vendidos, ante o quarto trimestre do ano passado. “A indústria automotiva é muito importante para o País. O próprio governo tem aventado novos incentivos.”
Sobre o Cetip Trader, que é uma plataforma de negociação de títulos de renda fixa emitidos por bancos médios e pequenos, lançada em fevereiro deste ano, Jordan Neto diz que ela ainda precisa “ganhar mais tração”. “Transações já têm sido feitas, mas podemos ampliar o escopo das negociações também para investidores qualificados, gestoras e family offices.” Em um primeiro momento, as transações estão limitadas a Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), mas, com o ganho de escala, devem ser acrescentadas negociações com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letra de Crédito Imobiliário (LCI).