21/02/2021 - 12:46
Os ministros europeus das Relações Exteriores se reúnem, nesta segunda-feira (22), em Bruxelas, para discutir se ativam, pela primeira vez, um regime global de sanções por violações dos Direitos Humanos para punir funcionários russos e adotar eventuais medidas adicionais contra a Venezuela.
A nova rodada de sanções contra a Rússia tem sido objeto de conversas há várias semanas, e a ideia tem-se fortalecido desde a detenção e a condenação do opositor Alexei Navalny, assim como da má recepção ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, durante sua visita a Moscou, no início de fevereiro.
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A agenda dos chanceleres inclui ainda medidas para evitar o colapso total do acordo com o Irã sobre sua política nuclear, a situação em Hong Kong e o recente golpe em Mianmar, segundo fontes diplomáticas.
O novo secretário de Estado americano, Antony Blinken, participará das discussões por videoconferência.
Fontes diplomáticas consultadas pela AFP concordam em apontar, no entanto, que o ponto central e quase exclusivo da agenda é definir a relação com a Rússia e com o governo de Vladimir Putin.
A pressão por mais sanções contra autoridades russas, além das medidas que a UE já aplica contra a Rússia, pode levar diplomatas europeus a ativarem o regime global aprovado em dezembro pela UE, voltado para sanções por violação dos direitos humanos.
“É uma decisão política: definir qual regime adotar para justificar as sanções. A UE já aplicou um critério geográfico, no caso de sanções pela situação na Ucrânia, e o regime de uso de substâncias químicas, para aplicar sanções à Rússia, observou um diplomata.
Agora, “há um critério referente aos direitos humanos, e haverá uma discussão sobre se ele pode ser aplicado à Rússia”, completou a mesma fonte.
Para qualquer caso, os chanceleres deverão adotar a decisão e definir as pessoas, ou entidades, a sofrerem sanções. A decisão será confirmada pelos líderes do bloco, em cúpula nos dias 25 e 26 de março.
Uma vez adotada a decisão política de ativar, pela primeira vez, o regime global de sanções em matéria de direitos humanos, os peritos dos Estados-membros preparariam uma lista de nomes e entidades a ser aprovada pelos dirigentes da UE.
A situação na Venezuela também poderá voltar à mesa de negociações dos principais diplomatas europeus, embora, de acordo com diplomatas, não deva ser objeto de uma discussão detalhada. Nesse tema, a atenção agora está voltada para o cenário político surgido das eleições legislativas realizadas em dezembro passado no país.