O piloto Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de Fórmula 1 e duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, é, naturalmente, um exímio conhecedor de carros. A um simples ruído do motor, ele é capaz de dar o diagnóstico exato a respeito do automóvel. Ultimamente, Emerson dedica seu tempo a uma outra atividade: a degustação de tabaco. Ele se tornou uma espécie de chefe do controle de qualidade do produto que leva o seu nome. Os charutos Fittipaldi são hoje sinônimos de elegância e qualidade na Europa, Estados Unidos e, principalmente no Leste europeu, onde a unidade pode custar até 35 euros. ?Eles são bem leves?, diz o piloto. Em breve, desembarcarão numa linha de montagem brasileira. ?Estamos estudando uma parceria para fabricá-los no Brasil no começo do próximo ano?, diz Carlos Agostinho Pires da Cruz, o ?Gugu?, genro de Fittipaldi e comandante da marca.

A idéia de criar uma empresa de charutos com o nome do piloto surgiu em 1996. ?Foi quando meu neto Pietro nasceu?, diz Emerson. Para comemorar o nascimento do garoto, Fittipaldi fumou charuto. O médico que havia realizado o parto, o cubano Jorge Soares, viu a cena e lhe disse que tinha um amigo com tradição na área de tabaco. Da conversa informal surgiu a oportunidade. Soares lhe apresentou o dominicano Augusto Reyes, descendente de uma família com 150 anos de experiência no ramo. A partir daí, os charutos Fittipaldi tornaram-se referência para apreciadores. Fabricados na República Dominicana, hoje eles são cativos nas principais publicações internacionais sobre tabaco. A revista americana Smoke Magazine, por exemplo, listou as 62 grandes marcas do mundo. Fittipaldi estava entre as eleitas. ?Crescemos rápido porque a marca é endossada por um grande esportista como o Emerson?, diz Gugu.

Os produtos também remetem ao estilo do piloto. O desenho das anilhas dos charutos lembram bandeiras quadriculadas. O Emmo 500, um dos tipos mais procurados, tem um anel igual ao conquistado
pelos pilotos que vencem as 500 Milhas de Indianápolis. Além dos charutos, a Fittipaldi também cria cortadores, no formato de volan-
te, e humidores que mantêm a temperatura e umidade ideal dos charutos. Cada ano é lançada uma série especial. O novo humidor desenvolvido no Japão deverá custar US$ 1 mil. ?Somos sucesso no mundo inteiro?, diz Gugu. O desafio no Brasil, agora, é pisar no acelerador para transformar o Fittipaldi, ícone da velocidade,
também em símbolo de bom tabaco.