Ícones do status, estilo e classe. Os charutos têm uma relação intrínseca com o poder. Sempre associados a figuras como, por exemplo, o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, são sinônimos de requinte. E para aumentar ainda mais essa atmosfera, alguns aficionados guardam seus puros habanos em cofres ? a exemplo dos milionários que deixam seu dinheiro nos bancos. Instalados nas principais tabacarias do País, os cofres protegem os charutos não de ladrões ou de seqüestradores, mas sim de seus maiores vilões: a temperatura e umidade inadequadas, que podem fadar os bons cubanos à perda de suas principais qualidades como o sabor.

Os cofres da paulistana Casa del Habano, por exemplo, contam com uma temperatura média de 16 a 20 graus centígrados e umidade em torno de 65% a 80%. Lá existem mais de 250 cofres e para ser dono de um deles é preciso pagar R$ 300 por ano. A loja dá uma chave para o cliente, que pode retirar seus charutos na hora que bem entender. No caso da Tabacaria Lee, no shopping Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, os requisitos são mais exigentes. ?Os charutos não podem ficar guardados por muito tempo, senão estragam e criam fungos que passam para os outros cofres?, diz Arnaldo Rodrigues, gerente da Tabacaria Lee.

O aluguel por um período de três meses sai por R$ 140 e a loja faz todo o serviço de limpeza para evitar mofo. Para os clientes mais assíduos, o serviço é gratuito. É deste modo que o bar carioca Esch Cafe, eleito pela revista americana Newsweek como um dos oito melhores bares da América, fideliza os seus maiores clientes. ?Nós fornecemos o cofre para aqueles que gastam R$ 3 mil em uma caixa de charuto e querem escondê-la das esposas aqui?, diz Edgar Esch, proprietário do bar.