03/03/2010 - 1:55
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta quarta-feira que não tem “nada para explicar” ao governo espanhol sobre as supostas conexões entre o ETA e a guerrilha das Farc.
Alertou que a soberania da Venezuela precisa ser respeitada, se quiserem manter as boas relações bilaterais.
“Não tenho a intenção de estragar as relações com o presidente nem com o rei de Espanha (…) Da atitude do governo da Espanha dependerão as relações. Têm que nos respeitar”, acrescentou.
Segunda-feira, o juiz espanhol Eloy Velasco, da Audiência Nacional, denunciou a colaboração do grupo armado basco ETA com a guerrilha colombiana das Farc, para atentar, na Espanha, contra personalidades colombianas, entre elas o presidente Álvaro Uribe – o que contou com a “cooperação governamental” venezuelana.
Ato seguido, o chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, pediu explicações ao presidente venezuelano.
“Este governo não apoia nem apoiará nenhum grupo terrorista (…) queremos a paz”, insistiu Chávez.
O líder venezuelano contou que chegou a receber um telefonema do ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Angel Moratinos.
“É absolutamente falso. Não apoiamos. Se aqui vivem alguns bascos que pertenceram a essa organização foi porque o (ex-presidente) Carlos Andrés Pérez fez um acordo com o (então chefe do governo espanhol) Felipe González, do qual nada restou por escrito”, disse Chávez.
Em 1989, onze “etarras” chegaram à Venezuela em virtude desse acordo entre González e Pérez, e receberam o estatuto de refugiados políticos. Em seu auto processual, o juiz Velasco se refere a um deles, Arturo Cubillas, que seria um elo dentro da presumível “cooperação governamental venezuelana na colaboração entre as Farc e o ETA”.
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