12/08/2021 - 22:16
O chefe da gigante empresarial coreana Samsung, Lee Jae-yong, foi libertado sob fiança nesta sexta-feira (13), informaram jornalistas da AFP TV.
Lee, de 53 anos, fez uma reverência aos jornalistas que esperavam do lado de fora de um centro de detenção em Seul e disse: “Tenho causado muita preocupação às pessoas, realmente sinto muito”.
Vestido de preto, Lee continuou: “Estou escutando cuidadosamente suas preocupações, críticas e altas expectativas sobre mim”, antes de deixar o local em uma limusine preta que o esperava.
O executivo, cuja fortuna é estimada é 11,4 bilhões de dólares pela Forbes, cumpria uma sentença de dois anos e meio de prisão por pagamento de propina, peculato e outros crimes ligados ao escândalo de corrupção que levou à queda do ex-presidente sul-coreano Park Geun-hye.
Políticos e líderes empresariais pediram sua libertação antecipada nos últimos meses, temendo um vácuo de liderança no maior conglomerado sul-coreano.
O Ministério da Justiça anunciou na segunda-feira que concedeu a Lee uma fiança, juntamente com outras 800 saídas antecipadas, devido a preocupações com o impacto do coronavírus na economia do país.
Lee foi preso pela primeira vez em 2017 e condenado a cinco anos de detenção, mas foi libertado um ano depois, quando um tribunal de apelações rejeitou a maioria das condenações por suborno e suspendeu a sentença.
A Suprema Corte posteriormente ordenou um novo julgamento, no qual Lee foi novamente condenado e preso.
O executivo ainda enfrenta julgamento sob a acusação de suposta manipulação de ações, o que teria facilitado sua aquisição do conglomerado familiar.
Na Coreia do Sul, há uma longa tradição de condenar poderosos empresários acusados de suborno, peculato, sonegação de impostos e outros crimes.
No entanto, muitos dos condenados conseguiram ter suas sentenças reduzidas ou suspensas em recurso.
O falecido ex-presidente da Samsung, Lee Kun-hee, que foi condenado duas vezes, recebeu perdões presidenciais em reconhecimento de sua “contribuição para a economia nacional”.
“Este é, sem dúvida, um tratamento preferencial, especialmente porque ainda há outro julgamento em andamento”, disse Song Won-keun, professor de economia da Universidade Nacional de Gyeongsang, à AFP.