WASHINGTON (Reuters) – O presidente do Banco Mundial, David Malpass, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertaram que há um risco crescente de recessão global, com a inflação permanecendo um problema contínuo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Existe um risco e um perigo real de recessão mundial no próximo ano”, disse Malpass em um diálogo com Georgieva no início dos primeiros encontros presenciais das duas instituições desde a pandemia da Covid-19.

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Ele citou a desaceleração do crescimento nas economias avançadas e a depreciação da moeda em muitos países em desenvolvimento, bem como as preocupações contínuas com a inflação.

A diretora-gerente do FMI disse na semana passada que o credor global revisará para baixo sua previsão do crescimento global de 2,9% para 2023 quando divulgar seu relatório Perspectiva Econômica Global na terça-feira, citando os choques causados pela pandemia da Covid-19, a invasão russa da Ucrânia e os desastres climáticos em todos os continentes.

Nesta segunda-feira, ela observou que a atividade econômica está desacelerando nas três principais economias: Europa, que foi duramente atingida pelos altos preços do gás natural; China, onde a volatilidade do setor imobiliário e os problemas causados pela Covid-19 estão reduzindo o crescimento; e os Estados Unidos, onde os aumentos da taxa de juros “estão começando a ter efeito”.

A desaceleração do crescimento nas economias avançadas, o aumento das taxas de juros, os riscos climáticos e os altos preços dos alimentos e de energia estão atingindo particularmente os países em desenvolvimento, disseram os dois líderes, pedindo ações conjuntas para ajudar os mercados emergentes.

“Não é um quadro otimista. Mas se unirmos forças, se agirmos juntos, podemos reduzir a dor que está à nossa frente em 2023”, disse Georgieva.

Georgieva afirmou que o FMI defenderá esta semana que os bancos centrais continuem seus esforços para conter a inflação, apesar do impacto negativo no crescimento.

Malpass, que foi criticado no mês passado por se recusar a dizer se aceita o consenso científico sobre o aquecimento global, disse que as autoridades do banco estão trabalhando duro para liberar mais fundos para lidar com os problemas climáticos enfrentados por tantos países em desenvolvimento.

(Reportagem de David Lawder e Andrea Shalal)