23/02/2001 - 7:00
Compota de jaca, mandioca a vácuo, guaraná Antarctica e manteiga Aviação. Nos últimos quatro meses, o site MyCountry tem feito sucesso vendendo 3 mil produtos tipicamente nacionais, como esses, para brasileiros cheios de saudade que vivem no exterior. Os números de comercialização revelam que seus idealizadores acertaram o alvo. Sete mil latas de guaraná, 1.750 misturas para pão de queijo, 250 quilos de bombom Sonho de Valsa e 570 quilos de carne para feijoada já foram comprados pela rede e entregues por diversos meios aos interessados. ?No nosso site, o pessoal pode matar a vontade de produtos que são impossíveis de encontrar em países como a Noruega ou a Nova Zelândia?, diz Marina Lima, 26 anos, diretora-executiva do MyCountry. Ela não abre valores, mas garante que o faturamento do site cresce à razão de 20% por mês. É certo que os investidores já pensam em montar estrutura de telemarketing e armazém nos Estados Unidos, para aumentar vendas e agilizar entregas.
A idéia de criar o MyCountry nasceu em março, quando sete sócios resolveram investir US$ 3 milhões. Eles miravam num mercado consumidor de 5 milhões de brasileiros que vivem e trabalham fora do País. O projeto, hoje cem por cento on-line, deve sofrer mudanças em breve, com incentivo a vendas por catálago e telefone. ?Dentro de um ano, a rede vai deixar de ser o nosso carro-chefe para ocupar entre 20% a 25% das vendas?, conta Marina. ?O site é a base para um negócio ainda maior.? As operações de telefone e venda indireta deverão começar em março nos Estados Unidos. O desembarque no Japão está planejado para o segundo semestre. Há planos para atuar no setor de vendas por atacado, abastecendo revendedores nesses dois países. Com a ampliação dos planos, até mesmo a abertura de franquias no exterior está sendo cogitada e a data para o breakeven ? quando o volume das receitas se equipara ao das despesas ? foi antecipada em um ano. A meta é entrar no azul ainda no final de 2001.
No sistema atual, com frete incluído, o MyCountry entrega uma caixa com 24 latinhas de guaraná nos EUA por US$ 30,72, ou US$ 1,28 por unidade. Cada usuário gasta em média US$ 50 no site. A promessa é de entrega, para qualquer parte do mundo, em dez dias. Há vinte e-mails diários com pedidos os mais variados: tripa para fazer lingüiça, mesa oficial de futebol de botão e coração de galinha são alguns exemplos. Quando o produto não está em catálogo, os 25 empregados saem a campo para tentar atender os desejos de seus usuários. ?Ninguém fica sem resposta?, garante Marina.