O Chile aprovou nesta quarta-feira (20) o uso emergencial da vacina contra a covid-19 do laboratório chinês Sinovac, do qual espera receber 10 milhões de doses, anunciaram as autoridades no mesmo dia que um quarto lote de 44 mil doses do imunizante da Pfizer / Biontech chegou ao país.

O Instituto de Saúde Pública (ISP) aprovou o uso da vacina Sinovac para imunizar a população entre 18 e 60 anos em duas doses, após concluir que é segura e tem eficácia de 78%, informou a imprensa seu diretor, Heriberto García.

“A imunidade desta vacina ocorre 14 dias após a segunda dose”, disse Garcia.

Pessoas com mais de 60 anos não receberão este imunizante porque não há evidências disponíveis sobre sua eficácia nesta faixa etária, detalhou o ISP.

A aprovação da vacina, que leva o nome de CoronaVac, ocorre depois que o Sinovac realizou testes clínicos no Chile. A chegada de uma primeira remessa de 1,9 milhão de doses está prevista até o final de janeiro.

A vacina do Sinovac é a segunda a ser aprovada no Chile, depois de iniciada a aplicação em profissionais de saúde e idosos com a produzida pelos laboratórios Pfizer / Biontech, que nesse dia entregou quase 44.000 novas doses, o quarto lote desde 24 de dezembro.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, garantiu o fornecimento de um total de 30 milhões de vacinas com a meta de imunizar 15 dos 18 milhões de habitantes do país até junho de 2021.

O presidente garantiu a aquisição de 10 milhões de vacinas do Sinovac e outras 10 milhões da Pfizer. Também fechou acordos com a AstraZeneca-Oxford, os laboratórios Janssen da Johnson & Johnson e a iniciativa global COVAX para mais 10 milhões de doses.

Alguns especialistas expressaram preocupação com os anúncios otimistas do governo, sobretudo pelas dificuldades dos laboratórios em atender às demandas de todo o mundo e porque os prazos anunciados por Piñera seriam inatingíveis.

“Se o fizermos até junho, como disse o presidente na época, significa que 60 mil pessoas devem ser vacinadas todos os dias e que, ainda que cheguem a 40 mil, é impossível”, disse Ricardo Baeza-Yates, pesquisador do Instituto Millennium, à rádio Cooperativa.

O Chile registrou mais de 680.000 infectados pelo coronavírus e mais de 17.500 óbitos desde março de 2020, quando o primeiro caso foi confirmado no país.