O banco central chinês mantinha nesta segunda-feira a taxa de câmbio do iuane sem modificações em relação à sexta-feira, apesar de a cotação ter alcançado seu nível mais alto em relação ao dólar desde outubro de 2008, dois dias depois de a autoridade monetária ter prometido flexibilização.

O banco central fixava nesta segunda-feira em 6,8275 unidades por dólar a paridade central do iuane (taxa cambiária de referência em torno da qual a instituição permite oscilação), segundo um comunicado publicado em seu site.

Em virtude do sistema de banda cambial em vigor na China, o iuane está autorizado a flutuar em torno desse tipo de referência, no caso do dólar, dentro de uma estreita margem de 0,5% para cima ou para baixo.

Nesse caso, dentro de uma banda cambial de 6,7934-6,8616, o iuane subiu nesta segunda-feira para 6,8154 unidades por dólar no principal mercado de moedas do país, o nível mais alto desde 8 de outubro de 2008, indicou o Dow Jones Newswires.

O dólar encerrou a sexta-feira a 6,8262 iuanes.

“No início, o mercado rondava os níveis do fechamento da sexta-feira, mas logo se concentrou na perspectiva de uma apreciação do iuane no curto prazo”, comentou um operador em Xangai à Dow Jones.

“Todo mundo está vendendo dólares agora”, completou.

A possibilidade de uma valorização do iuane impulsionava também nesta segunda-feira os mercados de ações e de matérias-primas na região. A Bolsa de Xangai fechou em alta de 2,90%, e o petróleo subia mais de um dólar nas operações eletrônicas asiáticas, acima dos US$ 78 o barril.

No sábado, o banco central chinês disse que “fortalecerá a flexibilização” da taxa de câmbio do iuane, o que segundo os analistas significa que Pequim está disposto a valorizar sua moeda, ancorada ao dólar desde a metade de 2008.

No entanto, a autoridade monetária informou que manteria a banda cambial nos limites atuais, e no domingo salientou que os ajustes não serão feitos abruptamente.

Desde 2008, os sócios comerciais do gigante asiático, especialmente os Estados Unidos, pressionam Pequim para que valorize o iuane, que segundo eles está desvalorizado, o que dá à China uma grande vantagem em suas exportações.

A pressão acentuou-se à medida que se aproxima a cúpula do G20 no próximo fim de semana em Toronto.

O assunto foi motivo de desentendimentos entre China e Estados Unidos. Washington acusa Pequim de desvalorizar sua moeda para favorecer suas exportações, prejudicando o mercado de trabalho americano.

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