28/04/2025 - 8:17
Autoridades chinesas procuraram amenizar nesta segunda-feira, 28, preocupações de que as tarifas impostas pelos Estados Unidos possam inviabilizar os esforços para sustentar a recuperação econômica, mesmo com os analistas alertando que as pesadas taxas aumentam o risco de uma forte desaceleração do crescimento.
A guerra comercial global do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abalou os mercados financeiros e aumentou os temores de uma recessão, especialmente porque as tarifas entre as duas maiores economias do mundo ameaçam prejudicar as cadeias de suprimentos e uma série de setores.
No entanto, Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão de planejamento estatal da China, disse estar “totalmente confiante” de que o país atingirá sua meta de crescimento econômico de cerca de 5% para 2025.
Zhao não anunciou qualquer nova medida de apoio ou de estímulo, mas disse que a comissão vai implementar novas políticas no segundo trimestre, de acordo com as condições econômicas prevalecentes na época.
“As conquistas do primeiro trimestre estabeleceram uma base sólida para o desenvolvimento econômico de todo o ano”, disse Zhao. “Não importa como a situação internacional mude, nós ancoraremos nossas metas de desenvolvimento, manteremos o foco estratégico e nos concentraremos em fazer nossas próprias coisas.”
A garantia contrastou com um consenso geral entre os observadores da China de que a guerra comercial com os Estados Unidos terá um impacto significativo sobre o crescimento da segunda maior economia do mundo.
O Fundo Monetário Internacional, o Goldman Sachs e o UBS revisaram recentemente para baixo suas previsões de crescimento econômico para a China em 2025 e 2026, citando o impacto das tarifas de Trump – nenhum deles espera que a economia atinja a meta oficial de crescimento de Pequim.
Washington impôs tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos chineses como parte do “Dia da Libertação” de Trump em 2 de abril, o que levou Pequim a retaliar com taxas de 125% sobre as importações dos EUA, impondo efetivamente um embargo comercial sobre os produtos um do outro.
A guerra comercial ocorre em um momento particularmente difícil para a economia da China, que está flertando com a deflação devido ao crescimento lento da renda e a uma prolongada crise imobiliária.
Analistas esperam que Pequim ofereça mais estímulos monetários e fiscais nos próximos meses para sustentar o crescimento.
Falando ao lado de Zhao, o vice-presidente do Banco do Povo da China, Zou Lan, disse que o banco central fará novos cortes nas taxas de juros e de compulsório, reafirmando o compromisso de manter o iuan estável.
O banco central cortou sua principal taxa de juros pela última vez em setembro, reduzindo sua taxa de recompra reversa de 7 dias em 20 pontos-base.