17/09/2020 - 10:21
A China elogiou, nesta quinta-feira (17), a eficácia de seus “centros de formação profissional” na manutenção da estabilidade na região de Xinjiang (noroeste), depois que Estados Unidos os chamou de “campos de concentração” destinados à minoria muçulmana.
Esta vasta região semidesértica da China, há anos afetada por ataques atribuídos à minoria uigur, é governada com pulso firme para preservar a calma, segundo as autoridades.
De acordo com organizações humanitárias, porém, mais de um milhão de pessoas estão internadas em “campos”, chamados pelo governo de “centros de formação profissional” que ajudam a população a conseguir um trabalho e a se distanciar do extremismo religioso.
Esta semana, os Estados Unidos anunciaram que vão bloquear uma série de bens chineses produzidos graças aos “trabalhos forçados” na região de Xinjiang, incluindo os fabricados em um centro que descreveu como “campo de concentração”.
A minoria uigur é o principal grupo étnico de Xinjiang, uma região que tem fronteiras comuns com Afeganistão e Paquistão.
Nesta quinta-feira, a China afirmou que sua política de trabalho permitiu a redução do desemprego e a promoção da estabilidade. Conforme as autoridades locais, a região formou mais de 1,29 milhão de pessoas, e o número de habitantes que trabalha cresceu mais de 17% nos últimos anos.
Esta política permitiu “uma melhora constante das condições de vida em Xinjiang”, diz o texto oficial.
Países ocidentais e várias organizações internacionais acusam Pequim de realizar uma perseguição em larga escala contra os uigures.
Em setembro, a gigante sueca da moda H&M anunciou que encerrou sua relação de trabalho com um produtor chinês de linhas, devido a acusações de “trabalho forçado” que envolviam a minoria uigur em Xinjiang.