25/11/2022 - 21:40
Um novo vírus semelhante ao SARS-CoV-2 (novo coronavírus), causador da covid-19, com potencial para passar para humanos e gado, foi identificado em morcegos no sul da China, de acordo com estudo pré-pulicado na última quarta-feira, 23, no repositório online bioRxiv.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, cientistas chineses e australianos coletaram amostras de 149 morcegos na província de Yunnan, que faz fronteira com Laos e Mianmar, e identificaram cinco vírus “provavelmente patogênicos para humanos ou gado”. Entre eles estava um coronavírus relacionado ao SARS-CoV-2 e ao causador da síndrome respiratória aguda grave (SARS).
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“Isso significa que vírus semelhantes ao SARS-CoV-2 ainda estão circulando em morcegos chineses e continuam representando um risco de emergência sanitária”, comenta o biólogo evolutivo e virologista Eddie Holmes, da Universidade de Sydney, um dos autores do estudo, citado pelo jornal.
A pesquisa – que ainda não foi revisada por outros cientistas – mostra que os morcegos pode ser naturalmente infectados por vários vírus simultaneamente.
Isso é significativo porque demonstra o potencial dos micro-organismos de trocar informações genéticas – um processo conhecido como recombinação – para formar novos patógenos.
De acordo com o The Telegraph, estimavas apontam que até 400.000 pessoas eram infectadas por vírus transmitidos por morcegos todos os anos no sul da China e no sudeste da Ásia.
Dos cinco micro-organismos rotulados como “vírus preocupantes”, um deles, conhecido como BtSY2, apresenta características tanto do SARS, que matou 774 pessoas e infectou 8.000 em um surto em 2003, quanto do SARS-CoV-2, que gerou a pandemia de Covid.
Como mostra o jornal britânico, a boa notícia é que o BtSY2 possui o sistema de ligação ao receptor, como a proteína spike que se prende às células humanas, muito semelhante ao do novo coronavírus, e que é alvo da maioria das vacinas contra covid-19. Isso sugere que o BtSY2 também pode infectar humanos.
O estudo atual não explica como o SARS-CoV-2 conseguiu saltar dos morcegos para os humanos, nem descarta um possível acidente em laboratório, mas ajuda os cientistas a rastrear a evolução potencial do vírus.