03/06/2020 - 7:35
A China pediu nesta quarta-feira (3) o Reino Unido que “cesse imediatamente qualquer forma de interferência” nos assuntos de Hong Kong, depois que Londres pediu a não aplicação de uma polêmica lei sobre a segurança neste território semiautônomo.
“Aconselhamos aos britânicos (…) que abandonem sua mentalidade de Guerra Fria, seu espírito colonialista e que reconheçam e respeitem o fato de que Hong Kong foi devolvido à China”, afirmou Zhao Lijian, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, em Pequim.
“Em caso contrário não farão mais que dar um tiro no pé”, completou, antes de informar que Pequim protestou oficialmente ante Londres.
O projeto de lei aprovado pelo Parlamento chinês, mas que ainda não foi adotado em definitivo, prevê uma punição às atividades separatistas, “terroristas”, subversivas e à interferência estrangeira em Hong Kong.
Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Canadá expressaram o temor de que a lei limite a autonomia de Hong Kong.
“Ainda há tempo para que a China reflita, se afaste do precipício e respeite a autonomia de Hong Kong e suas próprias obrigações, assim como suas obrigações internacionais”, afirmou na terça-feira o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou na terça-feira que oferecerá vistos a milhões de cidadãos de Hong Kong e uma possível via para obter a nacionalidade, caso a China persista com a lei de segurança nacional.
As declarações provocaram a reação do governo chinês desta quarta-feira.