19/07/2018 - 5:20
O Ministério do Comércio da China afirmou nesta quinta-feira que o país adotará “medidas direcionadas”, em resposta às ações recentes dos Estados Unidos na área comercial. “Os EUA têm provocado e continuamente reforçado a guerra comercial, o que traz grandes desafios à cooperação bilateral econômica e comercial”, disse em entrevista coletiva regular Gao Feng, porta-voz da pasta. “Estima-se que o impacto aparecerá gradualmente no segundo semestre deste ano”, comentou. “Promoveremos vigorosamente a diversificação do comércio, buscando abrir outros mercados, e responderemos apropriadamente. Ao mesmo tempo, o governo chinês continua a questionar o mercado [sobre as ações americanas] e a adotar medidas mais direcionadas.”
Gao citou como exemplos da estratégia chinesa o incentivo para que empresas ajustem sua estrutura de importações, a abertura de mercados em outras partes do mundo, o incentivo ao consumo interno, entre outros ajustes. Além disso, Pequim criticou especificamente algumas alegações do governo do presidente Donald Trump. O porta-voz rejeitou, por exemplo, as acusações de transferência compulsória de tecnologia e de roubo de propriedade intelectual. Segundo Gao, os EUA cometem uma “distorção dos fatos históricos” diante das reformas e da abertura da China dos últimos anos, incorrendo ainda em “violação de contrato”, após empresas estrangeiras “ganharem grandes lucros” no país “durante vários anos”.
A China voltou a pedir que as empresas americanas façam lobby em Washington para garantir seus interesses. O funcionário insistiu que as tarifas impostas recentemente pelos EUA irão na prática prejudicar os investimentos estrangeiros em território chinês, inclusive de empresas americanas. “Nós lamentamos isso profundamente”, disse.
“Desde que aderiu à Organização Mundial de Comércio (OMC), a China sempre cumpriu suas regras e cumpriu suas obrigações como um membro responsável”, afirmou o porta-voz. Ele ainda disse que o país pretende aprofundar reformas e sua abertura comercial.
O governo da China ainda afirmou que pretende se opor ao protecionismo em aliança com a União Europeia, com quem busca fechar um acordo de investimentos e aprofundar o comércio bilateral.