11/07/2025 - 12:03
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que tarifas não devem ser usadas como instrumento de coerção, intimidação ou interferência nos assuntos internos de outros países, ao ser questionada sobre a imposição de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil.
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“A igualdade soberana e a não interferência em assuntos internos são princípios importantes da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e normas básicas das relações internacionais”, acrescentou, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 11.
Encontro de ministros no Canadá
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos impuseram tarifas de forma indiscriminada, minaram a ordem econômica e comercial internacional, frearam o crescimento global e chegaram a impor taxas altas a países pequenos e pobres.
Em contraponto, segundo Wang Yi, a China defende o multilateralismo e o livre comércio, oferece acesso livre de tarifas a 100% dos produtos dos países menos desenvolvidos e promove a modernização conjunta ao compartilhar oportunidades de crescimento. As declarações foram divulgadas em comunicado do governo chinês sobre o encontro entre o ministro e sua homóloga do Canadá, Anita Anand, em Kuala Lumpur.
Durante a conversa, o chinês destacou que as relações entre China e Canadá passaram por reviravoltas nos últimos anos e que “os acertos e erros são claros”. Sem disputas territoriais ou geopolíticas entre os dois países, ele disse que as partes “podem se tornar parceiras na realização mútua”.
Wang Yi também afirmou que Pequim se opõe à ampliação do conceito de segurança nacional como justificativa para reprimir empresas chinesas e pediu que Ottawa ofereça um bom ambiente de negócios para o investimento chinês. Anita, por sua vez, disse que valoriza o relacionamento com a China e que a recente conversa entre os primeiros-ministros dos dois países foi um passo positivo para recolocar os laços bilaterais nos trilhos.