21/09/2022 - 3:12
Em estudo publicado nesta semana no periódico científico Matter, cientistas chineses apresentam uma máscara de proteção facial dotada de sensor de vírus que é capaz de detectar pequenas quantidades de coronavírus (SARS-CoV-2) no ar após uma conversa de 10 minutos com alguém infectado.
Como mostra a revista americana New Scientist, após reconhecer a presença do micro-organismo, a máscara enviaria um sinal para o smartphone do usuário. Caso não detecte a presença de coronavírus, a pessoa pode optar por retirar a proteção, caso se sinta segura.
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Mas os resultados até agora são baseados apenas na fase inicial de testes. A máscara ainda não foi com vírus inteiros, apenas proteínas presentes na superfície do coronavírus, diz o pesquisador Yin Fang, da Universidade de Tongji, na China, principal autor do estudo, citado pela revista.
A equipe desenvolveu uma máscara facial N95 que detecta proteínas presentes na superfície de três vírus: duas cepas do Influenza (H5N1 e H1N1) e o SARS-CoV-2.
O sensor dentro da válvula de respiração da máscara contém aptâmeros, cadeias curtas de DNA ou RNA projetadas para se ligarem às proteínas específicas dos três vírus. Esses estruturas agem de forma semelhante aos anticorpos do nosso sistema imunológico, detectando a proteína spike, usada pelo coronavírus para infectar as células.
Segundo a New Scientist, quando os aptâmeros se ligam à proteína spike, a carga elétrica deles muda e um chip integrado na máscara envia o sinal de alerta para o celular do usuário.
Nos testes, a máscara foi colocada em uma câmara fechada, que foi pulverizada com gotículas de líquido (semelhantes às produzidas quando uma pessoa tosse ou fala) contendo a proteína do SARS-CoV-2 ou dos dois vírus da gripe. Após 10 minutos, o sistema foi capaz de detectar a presença de apenas 0,1 fentograma (0,0000000000000001 grama) de proteína por mililitro de fluido.
A máscara pode ser útil para pessoas que precisam trabalhar em espaços fechados com pouca ventilação, explica Yin Fang à revista americana. O sistema também pode ser atualizado com aptâmeros modificados para reconhecerem outros patógenos.
É importante salientar que os cientistas chineses ainda não testaram com que frequência a máscara dá sinal falso de alerta quando encontra as proteínas de outros vírus.