07/05/2024 - 18:14
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, afirmou que o governo federal preparou uma Medida Provisória (MP) para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) importar 1 milhão de toneladas de arroz diante das chuvas no Rio Grande do Sul, conforme antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). De acordo com o ministro, o arroz importado será pronto para o consumo para evitar impacto ao produtor rural.
Segundo Fávaro, a importação do produto é para evitar especulação. Inicialmente, a ideia do governo é comprar 200 mil toneladas de arroz beneficiado e empacotado. “O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, disse Fávaro em coletiva de imprensa após participar de reunião da Sala de Situação para tratar da tragédia no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, 7. “Não é para concorrer com os produtores.”
“Não estamos fazendo nada excepcional: é trazer, abrir uma medida provisória para comprarmos 1 milhão de toneladas”, disse. “O que queremos fazer é que a Conab cumpra seu papel para dar estabilidade e evitar especulação.”
A medida, contudo, só será possível após a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) enviado ontem pelo governo federal ao Congresso, que prevê recursos para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul em meio aos estragos ocasionados pelas chuvas. O ministro sinalizou que, havendo estabilidade nos preços do cereal, a importação pode ser suspensa.
Fávaro afirmou que a ideia é evitar uma alta exacerbada no preço do arroz. “Se a gente for rápido na importação, não tem esse estágio. Por isso que já é arroz descascado e empacotado.”
Segundo o ministro, muito provavelmente o primeiro leilão de 200 mil toneladas será competitivo para o próprio Mercosul. “Está mais perto, tem teto de preço, não tem imposto. Então, muito provavelmente, Argentina, Uruguai e Paraguai, talvez alguma coisa da Bolívia”, comentou.
O ministro comentou que mais de 70% da safra de arroz já foi colhida, mas pontuou que haverá perdas nos armazéns que estão alagados. “Além disso, a grande dificuldade é a estrutura logística: tirar do Rio Grande do Sul e levar aos centros consumidores”, disse.
De acordo com ele, os produtores gaúchos têm arroz para suprir abastecimento, mas há dificuldade logística. Fávaro calcula que a expectativa é de que cerca de 1,6 milhão de toneladas de arroz ainda estejam nas lavouras gaúchas.